A operação portuguesa da multinacional de seguros procura reduzir custos e ganhar agilidade na gestão de TI. A imputação de custos às várias áreas de negócio é outro dos objectivos.
A depressão no sector dos seguros, além da conjuntura sócio-económica, levou o grupo Groupama a exigir ao seu departamento de TI a redução de custos – num âmbito de uma redefinição de estratégia. No departamento de SI da operação portuguesa isso levou a um processo de renovação e consolidação de outsourcing – tanto em infra-estruturas como em desenvolvimento –, explica Luís Rodrigues, director de sistemas de informação da Groupama em Portugal.
Nesse contexto a empresa está a colocar em prática o projecto Back to Lisbon (BTL), envolvendo a migração lógica da infra-estrutura de TI desde um centro de dados central do grupo em Bourges (França) para Portugal: serão os centros de dados da Mainroad a albergar os sistemas de informação. A infra-estrutura Groupama é composta por um servidor i5, da IBM, com três partições: desenvolvimento, qualidade e produção, bem como 49 servidores Windows e 145 postos de trabalho virtualizados. Os 145 postos foram construidos tendo por base sete templates, de acordo com as necessidades dos grupos de utilização diferentes.
Num evento organizado hoje pelo prestador de serviços, o responsável explicou que um dos objectivos do BTL é a redução de custos de comunicação. Em 2009, o grupo decidiu concentrar em Bourges as suas infra-estruturas, contando com uma prevista queda do preço das comunicações.
Contudo, essa redução de preços não foi suficiente, segundo Luís Rodrigues, mesmo contando com todos os benefícios previstos com a consolidação – incluindo a eliminação de custos noutras áreas. Outros objectivos a atingir, além da redução dos níveis de latência também existentes, é tornar os custos de TI mais variáveis, associados à utilização de CPU e recursos de armazenamento, diz o responsável.
Além disso, Luís Rodrigues, pretende conseguir uma maior flexibilização de recursos e uma gestão “mais dinâmica” dos mesmos, num regime de “self-service”, aumentando a celeridade nos processos.
Acesso físico facilitado
Uma das exigências estabelecidas no contrato com a Mainroad é a permissão de livre acesso aos equipamentos alojados no centro de dados do prestador de serviços. Outro requisito é a disponibilidade para manter um valor de SLA flexível e capaz de absorver “novos requisitos”. “Procuramos também conseguir imputar recursos de utilização de TI às áreas de negócio da operação, conseguindo uma maior responsabilização sobre os mesmos”, acrescenta.
O BTL, que envolve uma migração de uma solução de IaaS e DaaS foi estruturado em três fases. Cada uma envolve uma cópia do sistema existente em Bourges, a sua implantação na infra-estrutura em Portugal e correcção de falhas.
No fundo, cada fase incide sobre uma “iteração”, havendo necessidade de depois fazer testes sobre os processos de negócio. O projecto está a meio da segunda fase, de acordo com Ricardo Pires, responsável da Groupama mais directamente envolvido no BTL.
Backups são desafio
Um dos mais importantes desafios envolve os backups dos sistemas e as janelas de tempo que são disponibilizadas para a execução das cópias. No caso de falha ou atraso, só no dia seguinte é possível executar novamente as tarefas.
A ligação entre as instalações fisicas da Groupama e a Mainroad será assegurada por uma ligação de 1 Gps, mantida pela Optimus.
Para mitigar o impacto da migração nos backups haverá uma paragem total dos sistemas durante quatro dias. E a partição da qualidade estará parada mais dois, revela Ricardo Pires.
Assim, o departamento de TI da organização, com 13 pessoas, agendou a execução e implantação da iteração final – com reposição total dos sistemas de informação –para o período entre 24 e 28 de Abril, com entrada de produção a 29 de Abril (se tudo correr bem). Trata-se de aproveitar a “ponte” concedida pelo feriado de 25 de Abril.
Antes da entrada em produção, outro desafio envolve a redefinição de apontadores de DNS. E já antes o planeamento da migração exigiu uma verificação de requisitos da infra-estrutura de rede, abrangendo por exemplo regras de firewall e encaminhamento de tráfego, explica Ricardo Pires.