O défice de talentos na região vai subir para 35% nos próximos três anos, diz estudo da IDC, encomendado pela Cisco.
A procura por profissionais de TI com conhecimento em redes na América Latina será 35% maior que a oferta de talentos até 2015, o que pode afectar a competitividade dos países da região. O alerta é do estudo “Networking Skills in Latin America“, realizado pela IDC e encomendado pela Cisco.
De acordo com o estudo, a América Latina tinha em 2011 uma carência de 139,8 mil profissionais com experiência em redes e conectividade, ou seja, falta de especialistas com capacidades para planear, projectar, gerir e suportar tecnologias de redes nas organizações. A previsão para 2015 é de que esse número aumente para 296 mil, o que representa um crescimento de 35% do défice de talentos nessa área.
Esta situação é agravada pelas novas tendências, como a computação em nuvem, mobilidade, transmissão de vídeo pela Internet, entre outras tecnologias que estão a chegar ao mercado. A falta de profissionais capacitados pode representar um grande desafio para o desenvolvimento económico da região, sinaliza o estudo.
“A falta de profissionais formados poderá impactar o desenvolvimento económico e social na região”, afirma Max Tremp, director de operações técnicas da Cisco México. Se não houver um esforço para resolver essa carência, o sector das TIC terá dificuldade em manter o seu crescimento, alerta o executivo.
A procura por profissionais capacitados em redes e conectividade na região está a ser impulsionada pela necessidade das empresas de investirem em tecnologias mais eficiente de infra-estrutura em cloud computing e virtualização. Além disso, está a crescer o uso de dispositivos conectados e soluções interactivas de vídeo nas organizações, que exigem capacidades dos especialistas para a instalação dessas aplicações.
O estudo da Cisco abordou 767 organizações em oito países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Peru e Venezuela. As entrevistas foram segmentadas por sectores (governo, educação, saúde, telecomunicações ou finanças, por exemplo) e organizações com mais de 100 funcionários.
Tecnologias emergentes
O estudo revelou que a procura por profissionais com conhecimentos básicos como segurança, telefonia IP e banda larga aumentará 44% até 2015. Há dois anos, havia uma escassez de cerca de 76 mil profissionais e em 2015 esse número subirá para 129 mil.
Ao analisar a procura por profissionais com conhecimento em tecnologias emergentes, tais como comunicações unificadas, vídeo, computação em nuvem, mobilidade e virtualização, o estudo apontou que um défice de 45% em 2011. Para 2015, esse índice chegará a 56%.
O estudo revelou que há dois anos faltavam 63 mil especialistas nessas tecnologias e que esse número vai subir para 167 mil em 2015. Essa taxa representa uma diferença gradual projectada de 42% em 2011 e 53% em 2015. Com o aumento da penetração dessas tecnologias em organizações latino-americanas, a procura por estas habilitações terá uma taxa de crescimento anual de 28% em três anos.
O director de operações técnicas da Cisco no México destacou o impacto sobre a estrutura económica e social das novas tecnologias, tais como o aumento da penetração de banda larga na região. Ele afirma que o estudo mostra que a adopção das TIC e da Internet de banda larga pode impulsionar o sucesso de negócios na América Latina e nas Caraíbas. A expansão de 10% desse serviço representa um aumento do produto interno bruto (PIB) de 3,19% e um crescimento de produtividade de 2,61%, diz o executivo.
Importância das certificações
Para 75% das organizações entrevistadas, as certificações exercem um papel importante porque atestam o conhecimento dos profissionais em redes. Das 767 empresas abordadas, 49% disseram que essas credenciais são “muito importantes”, enquanto 28% as considerou “importantes”.
O estudo também revelou que é cada vez mais difícil encontrar profissionais de segurança da informação para ambiente de redes. A procura por esses talentos aumentou exponencialmente nos oito países. Entre as organizações entrevistadas, 87% disseram que vão contratar especialistas com habilitações nessa área nos próximos 24 meses.
(CIO/IDG Now!)