O executivo deixa a direcção da HP Portugal, alegando divergências de estratégia, e aceitou o convite para liderar a área de “advisory” na operação portuguesa da consultora.
Manuel Lopes da Costa comunicou internamente a sua demissão do cargo de director-geral da HP Portugal na passada sexta-feira, e está confirmado o seu ingresso nos quadros da operação portuguesa da Pricewaterhouse Coopers (PwC). Nesta consultora, o executivo deverá assumir a responsabilidade sobre a área de “advisory” envolvendo a consultoria sobre várias áreas incluindo a da tecnologia, confirmou Pedro Carvalho da Silva, responsável de marketing da consultora. Em declarações ao Computerworld esta segunda-feira, Lopes da Costa confirmou que será sócio de capital nesta consultora a partir do final de Fevereiro.
Fonte da HP estima que ainda esta semana a empresa deverá nomear um director-geral interino. O responsável demissionário alegou sobretudo divergências de perfil, e de ordem estratégica na administração do fabricante sobre a organização, gestão e posicionamento da operação portuguesa –na estrutura de administração internacional do fabricante –, confirmou a mesma fonte.
Segundo Lopes da Costa, “a multinacional tem uma forma, um procedimento de ‘governance’ e estratégia com que eu não estou de acordo”, referiu, e também teve “divergências para e em Portugal”, pelo que “o melhor é cada um seguir o seu caminho”.
Este responsável afirma que essas “divergências” não passam pela possibilidade de despedimentos – semelhante ao que está a ocorrer na Alemanha, com o encerramento da unidade de Enterprise Services e o afastamento de mais de 800 funcionários.
Para Lopes da Costa, as diferenças de visão ocorrem “sobre a área geográfica em que a HP Portugal actua”, quer pela dependência à HP Espanha, quer por “não poder servir os seus clientes em África” – Angola, por exemplo, depende da HP no Dubai. Ora, neste “âmbito da situação geográfica, poderíamos fazer mais”, concede.
Quanto à recente arrumação da HP em unidades de negócio, Lopes da Costa considera que pode fazer sentido para os grandes países mas não para os pequenos, como Portugal. “Não pode ser, é no que eu acredito”, refere.
Depois de ter assumido funções na HP em Dezembro de 2011, o responsável explicou no final do exercício fiscal de 2012 (Outubro passado), que a operação portuguesa passava a ter uma estrutura de quatro linhas de negócio: Enterprise Group, Printing Personal Systems (PPS), Software Group e Enterprise Services.
Uma nova estrutura comercial da HP envolvia uma nova equipa de 16 interlocutores, preparados com formação durante seis meses para agirem no mercado português, para servirem de interface com clientes e com parceiros. As previsões de Lopes da Costa para 2013 não eram muito positivas, mas o responsável pretendia apostar na expansão da área da actuação da operação.
Seria feita sobretudo baseada no fornecimento de serviços a mercados internacionais, através de centros de competência, instalados em Portugal, num modelo de outsourcing de “nearshore”. A primeira fase deveria arrancar até ao final do primeiro trimestre de 2013, disse Lopes Costa, na altura.
(actualizada com declarações de Lopes da Costa)