Online móvel e vídeo é onde mais vai crescer a publicidade, nos próximos anos. Como a imprensa, a televisão vai perder investimentos, incluindo em Portugal.
A mensagem foi clara: a grande fatia da publicidade em Portugal está agora na televisão mas será no online, nomeadamente nos dispositivos móveis, que vai crescer em proporção: “o dinheiro será tirado da TV e do papel, é só uma questão de tempo – isso já ocorreu noutros mercados no norte da Europa”.
A declaração de Martha Stone, CEO da World NewsMedia Network (WNMN), foi ontem proferida no evento que decorreu em Lisboa sobre “Motores de busca – o seu a seu dono”, organizado pela Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social (CPMCS).
Stone traçou um retrato das principais tendências que estão a ocorrer com impacto nos media.
A publicidade global está a crescer desde 2009 e assim deve continuar até 2016, disse, mas a região EMEA (onde se integra Portugal) está estável e são outras zonas as responsáveis por esse crescimento. Em resumo, disse, “a publicidade diminui no Oeste e cresce no Leste”, com a China, Índia, Rússia ou Austrália a terem crescimentos de dois a quatro pontos em 2012.
Com um mercado de imprensa estável, “é na circulação digital que está o potencial, com a publicidade digital” e “é preciso criar novos meios de receita”, disse, confirmando o que Florian Nehm revelou sobre como o grupo Axel Springer está a diversificar as receitas.
“No ‘mobile’ e no vídeo é onde vai crescer mais a publicidade”, disse ainda Stone, mas o comércio electrónico nas apps móveis “vai ser um fenómeno a que se deve estar atento”.
Nos EUA, por exemplo, o uso de media está a decrescer em todas as idades “excepto na Internet, com um maior crescimento nos mais velhos”. E existe uma “sobreposição” no consumo de notícias por utilizadores que, em dados momentos, usam o computador, o smartphone ou os tablets.
Assim, ainda para os EUA e no ano passado, 5% dos utilizadores online acedem a notícias nos três ecrãs, 17% usam o computador e o tablet, 27% no tablet e no smartphone e 34% no computador e no telemóvel. Stone mostrou como essa utilização dos dispositivos varia ao longo do dia – por exemplo, o tablet que está em terceiro no uso ao longo do dia lidera quando chega a noite.