IBM quer ligar “tudo” à cloud e aproveitar os dados

A “Big Blue” associou-se à Smart TV Alliance mas como sugere a parceria firmada com a STMicroelectronics e a Shaspa, quer ligar todos os dispositivos domésticos a plataformas de cloud computng. O potencial de negócio está nos dados.

Durante a CES 2013, a IBM anunciou a sua participação na  Smart TV Alliance, juntando-se à Philips, à Panasonic, à LG e à Toshiba. O grupo pretende explorar como o potencial das televisões como plataformas para fornecer serviços personalizados aos consumidores.

Entretanto a empresa firmou também uma parceria com a STMicroelectronics e a Shaspa: a colaboração visa desenvolver tecnologia de suporte à utilização da voz e o reconhecimento de gestos para controlar todos sistemas domésticos. Nestes incluem-se os electrodomésticos. Dispositivos de climatização, de  segurança e de iluminação.

Martin Kienle, responsável da IBM Research, prevê um mundo onde as televisões reconhecem aqueles que a estão a usar, e a partir dessa informação, oferece conteúdos de acordo com os canais favoritos de cada pessoa. Quando as crianças estão a usar o dispositivo os controlos parentais poderiam também ser activados automaticamente.

A televisão terá o potencial de fornecer automaticamente subscrições e serviços de atendimento ao cliente, usando plataformas de cloud computing. Tal como a IBM, a Toshiba também já fala sobre essas possibilidades.

Mas a abordagem diferenciadora da IBM, é que esta associa os dispositivos à sua SmartCloud – a qual  iria oferecer serviços de valor acrescentado juntamente com a simples ligação à Internet. Além disso, há o potencial de se usarem programas de análise de dados.

“Este é o núcleo da IBM Smarter Planet”, disse Kienzle. “Uma vez conectado o dispositivo, haverá uma quantidade enorme de dados passíveis de serem extraídos”.

A IBM já está a lançar a tecnologia. No ano passado, a empresa anunciou que a sua SmartCloud tinha sido optimizada para suportar ligações a dispositivos electrónicos.

A Vodafone também anunciou a intenção de usar a plataforma de cloud computing da IBM para fazer gestão remota de dispositivos móveis. Uma das maiores alianças da IBM nesta área é com a Philips, na Europa e na América Latina.

Como a Europa é um mercado muito fragmentado, ligar a TV à Internet tem o potencial de se poder oferecer opções personalizadas, tais como conteúdo localizado em línguas nativas, dependendo do utilizador.

As novas capacidades também proporcionam aos fornecedores de serviços de telecomunicações a oportunidade de ampliarem a  sua presença em novas áreas. Por exemplo, um prestador de serviços de TV através da Internet, poderá integrar os seus serviços com sensores de fumo nas casas dos clientes.

A informação recolhida poderia servir, em parceria com as companhias de seguros, para fazer análises de risco. Mas a visão não deverá concretizar-se no curto prazo. Segundo Kienzle, 2013 será o ano da experimentação.

Importa começar a perceber o que os clientes querem e exactamente e o que eles estão realmente usando. “É isso, afinal, o mais importante”, reforça.




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