Somando os PCs, smartphones e tablets, a Microsoft perde para a Google e para a Apple nos sistemas operativos, segundo dados da Goldman Sachs analisados por Preston Gralla, colunista da Computerworld.
A fatia total de mercado da Microsoft em computadores, incluindo PCs, tablets e smartphones, caiu de 97% no ano 2000 para 20% em 2012 e a sua fatia será menos que a metade da fatia da Google e quatro pontos abaixo da Apple. Quem o diz é o banco de investimentos Goldman Sachs num relatório publicado recentemente.
Para chegar a estes números, a Goldman Sachs considera o mercado total formado por todos os aparelhos digitais com capacidade computacional – PCs, tablets e smartphones – e compara a quota em sistemas operativos da Microsoft, Google e Apple.
Nos anos de ouro da Microsoft, lá pelo ano 2000, 97% dos computadores tinham sistemas operativo da Microsoft. No final deste ano, a Microsoft vai cair para 20% de “market share” – abaixo da Google, que terá 42% com o Android, e da Apple, que deverá deter 24% do mercado com os iOS e OSX. Os 14% restantes ficam reservados para outros sistemas operativos.
O banco não vê a Microsoft a regressar como rainha dos computadores num futuro próximo. As projecções indicam que, por volta de 2016, a Microsoft terá 26% de quota no mercado, a Google terá 39% e a Apple uma fatia de 29%, caindo os outros sistemas operativos para apenas 5%.
O motivo da queda da Microsoft é claramente o seu mau desempenho na mobilidade, um cenário que a Goldman Sachs não vê a alterar-se. O relatório também diz que, possivelmente, os tablets serão o centro do universo computacional e que as pessoas que comprarem tablets de um determinado sistema operativo tenderão a comprar smartphones com um sistema operativo da mesma fabricante.
Segundo uma reportagem publicada no jornal Seattle Times, o alerta da Goldman Sachs para a Microsoft é a seguinte: “a Microsoft está a enfrentar uma batalha difícil (mas não insuperável) dado que ela não tem quota importante nem nos tablets nem nos smartphones e, à conta disso, vai precisar de depender dos utilizadores corporativos ajudarem a gerar interesse pelo seu sistema operativo, enfrentando um ecossistema complementar que vai permanecer nas mãos das plataformas iOS e Android durante, pelo menos, os próximos seis a 12 meses. Mesmo assim, estamos optimistas que a Microsoft será capaz de retomar alguma quota de mercado nos próximos anos, assumindo que haverá interesse positivo pelos seus sistemas operativos recém-lançados para tablets e smartphones”.
Não tenho dúvidas de que a Microsoft sabia que a sua quota de mercado estava e, queda. Mas a sua resposta para o problema está errada, na minha opinião, por ter desenhado um sistema operativo para PCs que funciona melhor em tablets do que em computadores. Ela deveria, pelo contrário, ter-se focado em desenhar o melhor sistema operativo para tablets e um excelente sistema operativo para PCs, como a Apple fez. O modelo “tamanho único” de sistema operativo não vai devolver a quota de mercado perdida pela Microsoft.
(Computerworld/IDG Now!)