Num longo artigo publicado no site da FSF, o activista do software livre reclama pela presença de publicidade nos resultados de pesquisa do Ubuntu.
O activista do software livre Richard Stallman acusou o Ubuntu de incluir o que ele chama de “spyware” nas novas versões do popular sistema operativo de código aberto, e pediu que os utilizadores evitassem aquela distribuição.
Num longo artigo publicado no site da Free Software Foundation, Stallman denuncia a presença de um painel de publicidade nos resultados das pesquisas do Ubuntu que, segundo ele, é uma maneira de recolher informações pessoais dos utilizadores. O painel Amazon, activado por padrão, fornece uma categoria separada dos resultados de buscas, que são geridos pela gigante de retalho online para utilizadores que fazem buscas gerais a partir do desktop do Ubuntu.
“A Canonical diz que não revela à Amazon quem procurou o quê. De qualquer forma, é tão mau para ela recolher as suas informações pessoais como teria sido para a Amazon recolhê-los”, escreve Stallman. Embora o fundador da Canonical, Mark Shuttleworth, tenha rejeitado as preocupações como FUD [de “fear, uncertainty and doubt“], Stallman argumenta que a integração com a Amazon é uma ameaça real à privacidade do utilizador, e induz “os líderes de opiniões comunitárias” a não acreditarem no argumento de que o recurso pode simplesmente ser desactivado.
“Mesmo se fosse desactivado por padrão, o recurso ainda seria perigoso: ‘opte por activar de uma vez por todas’ para uma prática arriscada, onde os riscos variam de acordo com os detalhes, convidam os mais descuidados. Para proteger a privacidade dos utilizadores, os sistemas devem fazer da prudência algo fácil: quando um programa de pesquisa local tem um recurso de pesquisa de rede, deveria caber ao utilizador a escolha de pesquisar explicitamente na rede de cada vez”, escreve.
Mesmo antes do recurso da Amazon ser aplicado, a FSF não endossa o uso do Ubuntu, dizendo que o uso de software “não livre” e restrições de direitos significa que ele não está em conformidade com as directrizes rígidas da organização. O site oficial da fundação descreve a ligação da publicidade da Amazon como “um recurso malicioso”.
Stallman – que fundou a FSF em 1985 – diz que a Canonical agora enfrenta a perspectiva de adeptos do software livre se movimentarem em massa para longe do Ubuntu e do seu projecto com a Amazon. “A maioria dos programadores de software livre iria abandonar esse plano, dada a perspectiva de uma mudança em massa para a versão corrigida de alguém”, escreve ele.
A parceria da Canonical com a Amazon já deixou uma grande quantidade de membros da comunidade software livre /open-source enfurecida, que se opuseram fortemente à ideia de que as suas pesquisas poderiam ser partilhadas com a retalhista online.
(Network World/IDG Now!)