Portugal com “desajuste” entre competências procuradas e disponíveis

Relatório da Hays revela ainda a existência de um “forte desajuste a nível mundial entre as competências mais procuradas pelos empregadores e a mão-de-obra disponível”.

Leia o comunicado na íntegra:
Portugal não está a conseguir adequar o seu elevado número de desempregados às oportunidades de emprego disponíveis no mercado de trabalho, tendo uma das piores classificações a este nível quando comparado com outros 27 países.

Esta é uma das conclusões do novo relatório publicado pela Hays, a companhia líder global em recrutamento especializado, produzido em parceria com a Oxford Economics. O “Hays Global Skills Index 2012” constitui um indicador inédito das dinâmicas de mercado e competências profissionais em 27 economias chave em todo o mundo.

O relatório atribui uma nota entre 0 e 10 a cada país, consoante as restrições e influências que o respectivo mercado laboral enfrenta. Este valor é calculado através da análise de sete indicadores, que cobrem áreas como os níveis de ensino, a flexibilidade do mercado ou as pressões salariais em cargos e sectores altamente especializados.

Uma nota acima de 5 indica que os empregadores sentem dificuldade em encontrar os profissionais de que necessitam e estão a ser afectados pelos atritos do mercado, enquanto uma nota abaixo de 5 sugere um mercado laboral mais descontraído, onde não se verificam grandes pressões na oferta de mão-de-obra qualificada.

O relatório demonstra que 16 dos 27 países analisados apresentam neste momento um desajuste e uma certa rigidez no seu mercado laboral, apesar do abrandamento económico global. Isto potencia a inflação salarial e deixa muitas posições fundamentais por preencher, prejudicando ainda mais o crescimento económico. Portugal apresenta uma das piores classificações (8.3) na desadequação entre as competências dos profissionais disponíveis e as ofertas de emprego actuais. No entanto, Portugal encontra-se sensivelmente a meio da tabela na sua avaliação global (5.3), conseguindo uma nota final mais positiva do que países como os Estados Unidos (6.4), a Suécia (6.1), e até mesmo a Alemanha (6.4).

Para combater este desequilíbrio entre a procura e oferta de skills, o relatório da Hays sugere um plano de acção de três pontos, a implementar a longo prazo. Em primeiro lugar, é fundamental que os governos identifiquem as competências que escasseiam na sua economia e tomem medidas adequadas para atrair os imigrantes que possam preencher essas lacunas específicas. Em muitos casos, isto implica uma revisão das regras existentes para os vistos de trabalho. Em segundo lugar, os empregadores devem receber incentivos fiscais para aumentar a sua oferta de formação adequada. Por último, os governos devem começar a trabalhar directamente com as entidades educativas e os empregadores para implementar medidas que encorajem os jovens a apostar nas competências mais necessárias à economia do seu país e a nível internacional.

Alistair Cox, CEO da Hays, afirma: “O Hays Global Index 2012 evidencia um grande paradoxo no mercado de trabalho qualificado. Apesar de muitos países terem taxas de desemprego elevadas, os empregadores têm dificuldade em encontrar profissionais qualificados para preencher as vagas disponíveis. Ironicamente, as competências que escasseiam em todo o mundo são precisamente as mesmas que poderiam ajudar a estimular o crescimento económico e, assim, criar novas oportunidades para os actuais desempregados”.


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