Intel: inovar ou ficar para trás

Tablets, smartphones e uma economia global estagnada continuam a atrapalhar as vendas de PCs da empresa.

Com a Intel a revelar quedas de receita e de lucros para o terceiro trimestre ano após ano, analistas do sector dizem que a empresa não está com problemas mas que precisa de os evitar – e rápido.

Executivos da Intel disseram que uma economia global complicada e a ascensão dos tablets são factores responsáveis pelos tempos difíceis da fabricante. A empresa divulgou um lucro para o trimestre – encerrado a 29 de Setembro – de 2,97 mil milhões de dólares, alguns milhões a menos comparando com o mesmo trimestre de 2011 (que registou 3,47 mil milhões de dólares).

A facturação da empresa ficou apenas um pouco acima das expectativas de analistas e atingiu os 13,5 mil milhões de dólares para o terceiro trimestre. Isso também foi abaixo do mesmo período do ano passado: 14,2 mil milhões de dólares.

Olhando para o futuro, as expectativas para o próximo trimestre do CEO da Intel, Paul Otellini, é ver metade de seu crescimento sazonal normal, disse ele numa teleconferência.

“Durante o último mês, encontrei-me com todos os nossos principais clientes”, acrescentou. “Enquanto o mercado permanece difícil, estou animado para ver grandes inovações. Estou animado sobre novos produtos e as capacidades que eles trazem para os consumidores e para a empresa”.

A Intel está a olhar para o crescimento desacelerado do mercado de PCs, observou o analista do The Gabriel Consulting Group, Dan Olds. No entanto, isso não é surpreendente, considerando a economia estagnada e um mercado mundial de computadores a ser atingido pela crescente paixão de compradores por smartphones e tablets como o iPad.

“A renovação do ciclo das empresas está ser prolongada e não se vêem consumidores a livrarem-se das suas coisas com tanta frequência. Os tablets são novos e sexy, então as pessoas vão comprá-los. Eles comprarão outros PCs, mas não agora”.

O analista da Pund-IT, Charles King, disse que, considerando todas as pressões actuais sobre a Intel – concorrência brutal, margens em queda e inovadoras tecnologias móveis -, a fabricante está a sair-se tão bem quanto as circunstâncias permitem.

A empresa, no entanto, precisa de se concentrar em sair deste período numa posição superior e não afundada. “A empresa precisa certamente de ser melhor nalgumas áreas, particularmente nos dispositivos móveis, incluindo tablets e smartphones. Espero ver um número crescente de produtos baseados em Intel nessas áreas nos próximos meses”.

Olds observou ainda que a Intel precisa de avançar neste período difícil, para evitar uma queda ainda maior. “A Intel não está com problemas agora, mas eles precisam de se concentrar em de onde o problema pode vir”, disse. “As pessoas estão a escolher comprar tablets em vez de computadores. Isso não significa que eles não vão comprar PCs de novo. Provavelmente vão, mas a Intel precisa de se preocupar com a forte concorrência futura”.

Assim, o que precisa a Intel de fazer?

Analistas concordam em geral que a empresa precisa de diminuir as suas margens, puxar pelos ultrabooks de menor preço e continuar a ser inovadora. Ottelini afirmou na semana passada que os laptops e os desktops com processadores Intel de próxima geração Core, chamado de Haswell, estarão disponíveis no mercado no primeiro semestre do ano que vem.

“Acho que há uma quantidade significativa de procura reprimida em termos de negócios e de renovação dos consumidores, mas há muito pouca certeza económica neste momento”, disse Olds. “Na melhor das hipóteses, eu diria que estamos a três trimestres de distância, talvez dois, de ver uma recuperação sólida”.
(Computerworld/IDG Now!)


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