A relevância dos cursos na área dos sistemas e tecnologias de informação no mercado de trabalho

É cada vez mais importante mudar a reforma do ensino básico e secundário nos quais o ensino das tecnologias de informação e comunicações é muito mal “tratado”, diz Filomena Castro Lopes, professora da Universidade Portucalense.

O mercado na área dos sistemas e tecnologias de informação continua em desenvolvimento mas constata-se uma reduzida procura dos cursos desta área, tendo sido poucas as universidades, quer públicas quer privadas, a encher o número de vagas no ano lectivo que agora termina. Os alunos continuam a querer cursos onde há grandes taxas de desemprego: direito, psicologia, gestão (sem especialização) … O governo já começou a tomar algumas medidas com o aumento do número de vagas nos cursos nas áreas da informática, no entanto, esta medida está longe de ser suficiente. É urgente intervir na reforma do ensino básico e secundário onde o ensino das tradicionais “TIC” é muito mal “tratado”, pressupondo que qualquer professor domina as tecnologias de informação (o que está muito longe de ser verdade) e que os alunos, apenas com uma disciplina no ensino secundário, ficam a dominar as tecnologias – é um engano. Esta geração de “nativos digitais” são uns falsos “literados” em TI. No ensino secundário, esta área de conhecimento, não lhes é dada a conhecer tal como é a física, a química, etc. e os alunos não aprendem algoritmia, não aprendem “a falar com as novas tecnologias” e não aprendem a pensar como as usar para potenciar a sociedade e o mundo. A par disto, é necessário que sejam criados mecanismos para que a matemática seja devidamente leccionada; é uma disciplina muito importante pois desenvolve muito o raciocínio. Para o país se desenvolver é preciso pôr mais jovens a gostar de matemática e a saberem pensar.
Acho também que, por questões de formação no ensino secundário e da generalização do termo informática, e em particular nas mulheres, se conota as licenciaturas das áreas dos sistemas e tecnologias de informação como cursos “hard”. Não são, pois englobam o papel social, com forte preocupação e interacção com a componente humana. Ser informático não é estar a ligar cabos, “lidar só com os bit e bytes” e estar obrigatoriamente atrás de um computador a programar todo o dia. A informática também dá lugar a profissões muito menos técnicas como analista de negócio, analista de sistemas, gestor de informação e conhecimento, entre outras.
Por outro lado penso que muitos psicólogos de orientação profissional não conhecem bem as vastas saídas profissionais destes cursos o que também não contribui para que os jovens os escolham.
Portugal vive uma fase em que o país tem obrigatoriamente que crescer, se desenvolver e, potenciar os novos negócios. Os sistemas e tecnologias de informação, como outras áreas ligadas às ciências e às engenharias, têm um papel relevante, contribuindo para o crescimento económico do país. Assim, é necessário transmitir, de forma diferente, a importância dos cursos na área dos sistemas e tecnologias de informação para a actual sociedade.




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