A regulação ainda é essencial, diz um conselheiro da Comissão Europeia para os temas digitais, Robert Madelin.
O director do departamento da Comissão Europeia para a Sociedade da Informação (DG Infso), Robert Madelin, não acredita que a concorrência no mercado seja suficiente para impulsionar o investimento em redes de nova geração (RNG). Numa intervenção durante o evento Vieuws.eu, Madelin considerou que “os decisores de topo na Europa não estão a prestar atenção suficiente à necessidade de implantar as infra-estruturas do futuro …. Eu não acredito que a escada do investimento atinja os níveis de investimento necessários para as RNG”.
O responsável está encarregado de fazer recomendações de políticas para ajudar a União Europeia a alcançar as metas da Agenda Digital. Uma destas é disponibilizar para todos os cidadãos europeus o acesso por banda larga a 30 Mbps (bits por segundo) até 2020, com metade de todos os subscritores conectados a serviços de 100Mbps.
No próximo mês, a Comissão deverá apresentar uma proposta sobre como os países da União Europeia devem promover o investimento em banda larga de grande velocidade baseada em fibra. Uma recomendação provável passa por manter reduzidas as taxas de acesso às redes de cobre dos operadores históricos, onde não são feitos investimentos em RNG, mas com taxas iguais ou mais altas em lugares onde os operadores investem em fibra.
“Queremos partilhar com os reguladores princípios economicamente viáveis para ajudar os países a definirem os preços do acesso em rede de cobre e estamos a identificar as metodologias mais adequadas de custeio”, revelou Neelie Kroes , a comissária europeia para a Agenda Digital, no início deste mês.
Contudo, os operadores de telecomunicações argumentam que uma regulamentação muito forte está a sufocar a sua capacidade de investir na implantação de redes de fibra óptica de nova geração, na Europa. De acordo com a European Telecommunications Network Operators Association (ETNO) as redes de fibra não serão rentáveis durante décadas e limites impostos aos preços de acesso às redes de cobre desencorajam o investimento em fibra.
O acesso a redes mais antigas de cobre devem ser encarecidor quando os custos aumentam, diz associação.
Portugal com “banda” para 2020
Um estudo recente encomendado pela espanhola Telefónica e pela Telecom Italia afirma que “a cabo é a melhor opção para fornecer uma cobertura com 100Mbps rapidamente nos Estados membros onde já há uma presença de cabo, por envolver menos esforço a atualizá-la. No entanto, para generalizar a cobertura com velocidades de 100Mbps em toda a União Europeia, será necessário implantar outras tecnologias concorrentes gradualmente a uma velocidade que é muito dependente do quadro regulatório”.
Informações do estudo dizem que para já a meta dos 100Mbps em 2020 será apenas atingida por seis Estados membro: Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Finlândia, Países Baixos e Portugal.