Estudo “e-Health: Inovação em Portugal 2012” é apresentado hoje publicamente, em Lisboa.
Apenas 33,7% de mais de 1500 profissionais do sector da saúde em Portugal já utilizou uma plataforma de e-Health na sua actividade profissional. Mas, para quem as usa, a frequência de utilização é elevada, com 53,1% desses utilizadores a fazerem-no semanalmente e 37,4% diariamente.
Os dados constam do estudo “e-Health: Inovação em Portugal 2012”, hoje apresentado publicamente em Lisboa, e abarca as respostas de médicos, enfermeiros e farmacêuticos a um inquérito online e por telefone. Destes, “apenas metade dos inquiridos no estudo (50,7%) conhece ou já ouviu falar no conceito de e-Health”, refere o trabalho.
“O e-Health é um conceito relativamente recente para a larga maioria dos inquiridos”, salienta Paulo Moreira, autor do estudo e docente da Escola Nacional de Saúde Pública, apontando no trabalho que “cerca de 30% dos inquiridos ouviu falar pela primeira vez em e-health apenas no decorrer de 2011 e quase 80% tomou conhecimento deste conceito no decorrer dos últimos cinco anos”.
São os médicos quem está mais familiarizado com o conceito e os farmacêuticos os que o conhecem menos – sendo também quem menos utiliza as ferramentas electrónicas na sua actividade profissional. “Curioso”, diz o estudo, é “o facto de serem os mais jovens aqueles que utilizam, em menor número, este tipo de plataformas”.
A formação também é diminuta e apenas 21,4% dos inquiridos participou ou assistiu a acções formativas sobre e-Health, sendo os médicos os que mais o fizeram.
“A necessidade de uma maior divulgação deste tipo de plataformas junto dos diversos profissionais de saúde foi a principal medida apontada pelos inquiridos para promover uma maior utilização de plataformas de e-Health em Portugal”, cabendo esta responsabilidade ao Ministério da Saúde e, em segundo, às adminsitrações hospitalares, reconhece o trabalho.
Em termos de vantagens reconhecidas a este tipo de plataformas, surgem o “acesso a mais informação (e a informação mais detalhada)”, “a maior facilidade e rapidez no contacto (com outros profissionais de saúde)” ou “a rentabilização de recursos”.
Este ano, 47,5% “afirma que utilizará, ou provavelmente irá utilizar, plataformas de e-Health”, sendo os farmacêuticos os que revelam um menor “grau de certezas”, fruto principalmente de não terem acesso directo a soluções de eHealth.
Relativamente ao registo clínico do paciente (PHR), a “esmagadora maioria (79,1%)” considera-o relevante, nomeadamente por permitir o acesso “anytime/anywhere” à informação de saúde do doente.
Já nos riscos do uso do PHR pelos próprios pacientes, os inquiridos apontam a eventualidade de erros de interpretação, os riscos associados aos processos de autodiagnóstico e o enfraquecimento da relação profissional de saúde/doente.
Os dados do estudo resultam de 1.507 questionários online e telefónicos (501 a médicos, 504 a enfermeiros e 502 a farmacêuticos) entre Dezembro de 2011 e Fevereiro de 2012.