PALOP ganham peso no SAS Portugal

O fabricante facturou pouco mais de nove milhões de euros em Portugal durante 2011. Os mercados dos PALOP representaram mais de 50% das vendas de software, segundo o director-geral Álvaro de Faria.

Depois de ter facturado perto de 9,750 milhões de euros em 2010, o volume de negócios do SAS Institute Portugal caiu para 9,056 milhões em 2011. Num ano “atípico”, o director-geral da empresa no país, Álvaro Oliveira de Faria, diz que os mercados dos PALOP ganharam especial peso na actividade do fabricante e representaram mais de 50% das vendas de software. Segundo o responsável, isto foi uma grande ajuda para compensar a quebra de investimento registada no mercado interno.
Apesar da queda na facturação, Álvaro de Faria salienta o facto de a empresa ter conseguido “sair da sua zona de conforto”. Isto é, a empresa conseguiu realizar negócio no mercado hoteleiro, nos transportes e nas “utilities”, e não apenas no sector financeiro. Durante o SAS Fórum, ontem realizado em Lisboa, o executivo anunciou a concretização de três negócios com a rede hoteleira Tivoli, com a EDP e com a TAP. São negócios fechados no primeiro trimestre de 2012, mas iniciados em 2011.
No sector financeiro, houve muitos constrangimentos de investimento, o qual se concentrou “nas áreas onde os bancos foram obrigados a intervir pelas autoridades reguladoras”. O “scoring” de crédito ou classificação do crédito de acordo com o risco, foi um desses nichos.
Assim,  o mercado angolano, onde o fabricante desenvolve o negócio através de parceiros, foi o mais dinâmico para o SAS Institute entre os PALOP. “Não é um mercado imaturo, apresenta uma élite dirigente com formação e conhecimento prévio das soluções SAS. Mas existe o problema do suporte às soluções”, afirma o responsável.
De acordo com o mesmo, o modelo de abordagem baseado em parceiros deverá manter-se durante três a cinco anos. Depois será  reavaliada a hipótese de o fabricante ter uma sucursal.
Actualmente, a empresa tem dois parceiros portugueses – a Exictos e a Holos, uma start-up focada no mercado académico. Para 2012, o mercado de Moçambique será prioritário, a par do angolano.
Visual Analytics dentro de semanas
Durante o SAS Fórum, o fabricante demonstrou as potencialidades do Visual Analytics, uma nova plataforma de interface com as aplicações e tecnologias de análise de dados. Deverá ser lançado dentro de semanas, segundo o fabricante.
O seu principal objectivo é disponibilizar a informação de forma inteligível, facilmente acessível, com um desenho menos austero. Segundo Álvaro de Faria, esta componente responde a uma carência antiga nas aplicações SAS, quanto à  apresentação da informação.
O fabricante procura  satisfazer as necessidades de uma nova geração de gestores mais marcados pela chamada consumerização das TIC – e mais exigentes quanto ao aspecto visual dos painéis de controlo, por exemplo.
O Visual Analytics será também uma resposta à concorrência de plataformas de BI, de implantação rápida, de acordo com o executivo, para quem essas soluções são apenas ferramentas de apresentação.
“Não têm uma estrutura de dados própria. Não têm componente analítica , embora o cliente consiga fazer segmentações por idade ou sexo. Mas isso para nós são ‘queries’”, argumenta.
Assim, sustenta que se os clientes quiserem fazer pacotes conjuntos de produtos, precisam de capacidades de análise preditiva e com essas aplicações não conseguem. Uma das razões por ter demorado tanto tempo a ser colocada no mercado prende-se com a necessidade de desenvolver compatibilidades com as diversas fontes de informação de um sistema de gestão, diz o director-geral.
Em resumo, os principais factores de diferenciação da plataforma serão a integração de dados proporcionada, a garantia da qualidade dos dados e uma maior flexibilidade de ferramentas de BI e BA.
PME precisam de associar-se para ter BI
O Visual Analytics pode facilitar o acesso das maiores PME ao BI e BA. Contudo, Álvaro de Faria considera que, para melhor aceder às capacidades dessa tecnologia, devem associar-se. O objectivo seria para implantarem um centro de dados, capaz de lhes servir funcionalidades do referido âmbito, e com uma entidade gestora

Sobre a parceria com a Greenplum para o mercado de Big Data – assente na base de dados da empresa da EMC –, o responsável avança que a abordagem ao mercado está “a correr bem”. Existem já prospecções no sector das telecomunicações, das “utilities” e no sector financeiro, acrescenta.
Contudo, na sua opinião, o mercado ainda tem de pronunciar-se sobre a oferta  e isso vai demorar. A mudança de base de dados exige tempo e suporte à formação, alerta.




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