“Renovação de licenças de software é desafio adicional de gestão”

Desinvestir em BI será um factor de desvantagem, por isso, dada a fraca disponibilidade de investimento, o economista António Nogueira Leite defende a aposta das organizações na optimização das ferramentas.

Considerando a fraca capacidade actual de investimento, “fazer a renovação e upgrade das licenças de software é um desafio adicional de gestão”, disse hoje António Nogueira Leite durante o evento anual do SAS Institute. Contudo, o economista e administrador da Caixa Geral de Depósitos considera que o desinvestimento em BI será um factor de desvantagem competitiva – especialmente no sector financeiro.
Sem as ferramentas de BI necessárias, as organizações ficarão, potencialmente, com falta de informações importantes. Por isso, o responsável  defende a aposta na optimização das plataformas existentes, conforme a capacidade de investimento.
De acordo com o executivo, os bancos enfrentam também outro dilema, “com maiores pressões”: desenvolver aplicações internamente ou recorrer ao outsourcing? Em declarações ao Computerworld,  Nogueira Leite revela que a tendência tem sido optar pela primeira solução.
Contribui para isso, uma maior disponibilidade de recursos humanos, libertados por uma menor dinâmica de crescimento. “Contudo precisam de ter em atenção potenciais economias de escala relacionadas com o outsourcing”, alerta.
Para o economista, um dos principais desafios dos bancos passa também por terem de gerir, sob “maior pressão”, os custos com as equipas de licenciamento – a par da despesa com licenciamento de software.
Ao mesmo tempo, as empresas e os bancos em particular têm o desafio de desenvolver conhecimento incremental. Isso obriga a haver uma maior gestão da informação e com “cada vez maior complexidade”.
A tendência é para haver uma captação de informação cada vez mais granular, com benefícios a obter, partir do desenvolvimento de reciprocidade entre sistemas, segundo ele. Na sua visão, será importante que as plataformas de gestão do desempenho das organizações funcionem em modelos de complementaridade com o BI – sobretudo baseados na validação de dados, em modelos analíticos e integração de dados.
Segundo o mesmo, há a necessidade de haver modelos de dados cada vez mais estruturados, com “maior robustez e agilidade dos processos de análise e relatório”. Os “pontos de rentabilidade” detectados ou negligenciados podem colocar a empresa acima ou abaixo dos objectivos.
O tempo de disponibilização da informação “é essencial”, em detrimento da sofisticação dos painéis de informação. Os ambientes de navegação na informação têm de ser fáceis para suportarem melhor a concentração nas análises.
Mas a informação não tem de ser apresentada em tempo real, diz o economista.  A qualidade dos dados deve ser uma prioridade, embora “a informação deixe de ser consumida por quem dela necessita”, se estiver já desfasada da actualidade.
Esse é para Nogueira Leite um grande risco, porque os executivos acabam por tomar decisões mais intuitivas e menos informadas.  No sector financeiro, o  responsável nota uma componente cada vez maior de análise para tomada de decisões.
“A capacidade de pensar em cenários hipotéticos e em termos preditivos é essencial e é hoje mais fácil”, diz. Por isso, os instrumentos adoptados precisam de ter um enfoque na performance estratégica mas também operacional.




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