Intel equaciona usar energia solar para alimentar componentes

O que começou como um projecto inovador para reduzir o impacto ambiental dos equipamentos, pode tornar-se numa mudança de paradigma.

A Intel está a considerar a possibilidade de alimentar processadores gráficos e unidades de memória com energia solar. Se o fabricante conseguir fazer isso, poderá desencadear uma mudança de paradigma importante.
No ano passado, o fabricante mostrou um processador de baixo consumo de energia, capaz de ser alimentado apenas com a luz de uma lâmpada de leitura. Trata-se de uma experiência da qual se espera que a Intel revele mais detalhes durante a International Solid-State Circuits Conference, a decorrer até dia 23, em São Francisco.
Este processador baseado em tecnologia Near-Threshold Voltage (NTV), cujo nome-código é Claremont, tem aproximadamente o tamanho de um selo.  É capaz de funcionar em níveis extremamente baixos de voltagem: o consumo de energia da CPU pode ir até 280 milhivolts quando corre a 3 MHz, até 1,2 volts num desempenho de 1 Ghz.
As CPU NTV são concebidas para trazer eficiência energética extremas a dispositivos de computação, disse Justin Rattner, director de tecnologia da Intel. A CPU pode permanecer nos níveis de voltagem mínimos  quando não estiverem a ser usada – muito melhor do que colocar um PC em modo de suspensão ou de hibernação.
“Não era nossa intenção construir um processador capaz de funcionar a energia solar”, brincou Rattner. Mas a demonstração foi uma forma interessante de mostrar o que a empresa está a tentar conseguir com tecnologia de baixo consumo de energia. Os benefícios em termos de consumo de energia são cerca de cinco a dez vezes melhores do que com outras tecnologias, segundo dados fornecidos pela Intel.
“O projecto tem gerado muito interesse”, disse Rattner, o qual revelou que o próximo alvo da Intel é alargar a tecnologia para outros componentes dos computadores.
A CPU é baseada no desenho de chips Pentium, cujo circuito lógico os investigadores mudaram para operar em voltagens próximas do limiar mínimo. Foi concebida usando tecnologia de  32 nanómetros para processadores, a mesma usada para fabricar o mais recente chip da Intel, de nome-código Medfield. É um chip cuja introdução no mercado de smartphones e tablets está prevista ainda para este ano.
O fabricante de chips não espera comercializar CPU alimentadas a energia solar, em breve. Mas avança que os resultados da investigação nessa área serão aplicados em futuros produtos da Intel.




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