Consultores dão quatro indicações que devem ser tidas em consideração pelos departamentos de RH para aumentar a satisfação dos profissionais da área.
Melhorar o salário, oferecer mais flexibilidade e prémios atraentes são as principais fórmulas para manter na empresa certos talentos de TI que atendam às necessidades dos negócios da companhia. Porém, onde há escassez de mão de obra qualificada e em mercados como Estados Unidos e países da Europa afectados pela desaceleração da economia, atrair e reter os bons profissionais tornou-se um desafio para as empresas do sector.
Geralmente a contratação de novos profissionais parece simples. As empresas precisam de lhes oferecer propostas mais atraentes do que eles tinham no antigo emprego. Mas o assunto torna-se mais complicado quando se fala de reter os que já fazem parte da empresa. Os realmente bons são assediados constantemente pela concorrência.
No Brasil, essa situação ocorre com mais frequência por conta da aceleração da economia e pelo facto de a procura por profissionais ser maior que a oferta no mercado. Um estudo recente sobre o mercado de trabalho no sector, realizado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), estima que o país fechou 2011 com um défice de 92 mil especialistas.
Como o mercado de TI no Brasil está a crescer mais que 10% ao ano, uma taxa que é o dobro do índice mundial, o estudo da Brasscom prevê que o país precisará até 2014 de mais 78 mil talentos qualificados, o que pode aumentar ainda mais o défice de mão de obra no sector.
O mesmo estudo aponta ainda que as universidades brasileiras não conseguirão atender nem metade dessa procura. Com base no número de estudantes matriculados nos cursos do sector, a entidade prevê que apenas 33 mil jovens se formarão nos próximos três anos, o que demonstra que a iniciativa privada e pública têm um papel fundamental no processo de desenvolvimento dos talentos de TI.
Como a procura por profissionais bons se tornou um desafio para as empresas do sector, convencer os actuais colaboradores de que ele pertence à empresa onde trabalha é essencial para os reter.
Nos Estados Unidos, a Computerworld elaborou juntamente com especialistas internacionais algumas recomendações que os directores de recursos humanos devem ter em conta para manterem nos seus quadros os bons talentos.
1 – Salário compatível
Pagar salário compatível com a função exercida pelo profissional e valorizá-lo é algo essencial. É óbvio que o seu empregado ficará tentado a mudar de emprego ao receber uma proposta mais atraente. As empresas estão competindo pelos bons talentos e criando uma bolha para acabar com a insatisfação deles, oferecendo um salário exorbitante. No Brasil, por exemplo, estudos de consultoras apontam que os salários inflacionaram em 2011 e alguns chegaram a taxas de aumento até 20%.
Porém, os especialistas advertem que, embora a maioria dos empregados coloquem o salário no topo da sua escala de prioridades, muitos preferem outros benefícios, como a possibilidade de trabalhar em casa e jornada laboral mais flexível para terem mais qualidade de vida. Alguns estão procurando o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional para terem mais tempo para a família, lazer e estudos que melhorem a sua carreira.
2 – Flexibilidade e recompensas
O salário não é actualmente o único factor para retenção de talentos. Estudos da empresa PeopleBank do Reino Unido, especializada em recrutamento de pessoal, revela que esse item está entre a quinta e oitava preocupação dos trabalhadores. Ou seja, as empresas devem adoptar planos consistentes para gratificar os seus empregados.
Oferecer coisas simples, como acesso aos recursos da infraestrutura para que os colaboradores possam realizar as suas tarefas sem esforço ou trabalho em equipa são essenciais para tornar a empresa atraente aos olhos de um talento de TIC.
A possibilidade de trabalhar em casa está a ganhar uma importância maior para os trabalhadores do sector, obrigando as empresas a analisarem essa tendência de acordo com as regulamentações. Recentemente, o Brasil aprovou uma lei que garante aos profissonais em teletrabalho os mesmos direitos dos que trabalham nas empresas.
3 – Uso de media sociais
Nos últimos anos, media sociais como LinkedIn, Facebook e Twitter tornaram-se ferramentas importantes para atrair e reter os talentos mais valiosos da organização. Este tipo de rede permite também que a empresa saiba se a cultura organizacional é a mesma dos seus empregados, bem como detalhes da sua personalidade e capacidades potenciais.
Além disso, o uso de redes sociais no processo e recrutamento de pessoal mostra o interesse da empresa em inovação e também o quanto ela está disposta a analisar o inconformismo dos seus empregados.
4 – Formação e desenvolvimento profissional
Os funcionários estão cada vez mais exigentes. Eles esperam que a empresa tenha um programa de formação contínuo que permita melhorar as suas capacidades e manterem-se actualizados sobre as últimas tendências, já que no mundo das TI as tecnologias mudam muito rapidamente.
Uma forma de reter talento é oferecer oportunidade para que os seus colaboradores não fiquem obsoletos, incentivando o seu desenvolvimento profissional. É importante apoiá-los no desenvolvimento da carreira. Esse caminho ajuda a resolver qualquer dissonância que pode evitar males maiores que afectam a condução dos negócios da empresa.
(Computerworld Espanha/IDGNow!)