AMD abre concepção de processadores a terceiros

Além de querer conjugar numa só as suas linhas de CPU e processadores gráficos, o fabricante quer abrir o processo de concepção dos componentes ao contributo de outras entidades.

A AMD pretende adoptar uma metodologia muito diferente para a concepção dos seus chips, procurando deixar de ter a imagem de seguidor da Intel. Assim, para tentar oferecer componentes mais adequados às necessidades específicas dos clients, a empresa vai abrir a concepção dos processadores à integração de propriedade intelectual de outras entidades, explica o CTO da empresa, Mark Papermaster.
O mesmo revelou a intenção de a empresa consolidar numa só as suas linhas de CPU e de processadores gráficos em futuros ciclos de projecto. Os componentes passarão a partilhar memória e a executar software das aplicações mais comuns, avançou o responsável.
A nova metodologia deverá ser “mais rápida, mais ágil e mais adequada aos problemas que os clientes querem resolver”, defende. Um exemplo referido por Papermaster é o ambiente de centro de dados, onde a propriedade intelectual dos processadores pode ser combinada para configurar chips mais adequados à cloud computing, a servidores Web ou a funções de alto desempenho.
A nova abordagem para a estrutura dos processadores faz parte do esforço da AMD para reconstruir o seu portefólio de produtos e reestruturar o seu modelo de negócios. A empresa nomeou Rory Read como novo CEO há apenas cinco meses, e Papermaster assumiu o papel de CTO em Outubro.
Ambos defendem um modelo de negócio mais “ágil” capaz de responder mais rapidamente às necessidades dos clientes. Actualmente os da AMD integram CPU e processadores gráficos baseados em propriedade intelectual da empresa.
Mas CPU e GPU executam funções diferentes e correm aplicações diferentes: os antivírus são executados nas CPU e não nos processadores gráfico. Quanto mais aplicações gráficas pesadas, como o Adobe Flash, forem executadas na GPU, as CPU deverão processar melhor outras tarefas.
Assim, segundo os responsáveis uma arquitectura para os componentes deverá ganhar maturidade até 2014: chama-se Heterogeneous System Arquitecture (HSA). Suportará um endereçamento de 64 bits, memória virtual,  melhor largura de banda interna e software capaz de aproveitar os dois tipos de unidade de processamento, disse Papermaster.
A AMD  tem agendado para 2013, o lançamento de um chip com nome-código Kabini para portáteis de baixo consumo,  já concebido com arquitectura HSA. Para suportar melhor as mudanças a AMD pretende promover a formação de uma organização específica: deverá ser capaz de fornecer ferramentas de desenvolvimento de software para programadores interessados em programar aplicações para HSA. E nessa iniciativa a empresa espera disponibilizar o código-fonte das ferramentas.




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