Seis representantes pediram ao Departamento de Estado dos Estados Unidos para investigar a possível venda de equipamentos de monitorização de operadores de telefonia móvel pelo fabricante.
Uma carta de representantes ao Congresso dos Estados Unidos pede ao Departamento de Estado do país, para verificar se informações sobre vendas efectuadas pela Huawei ao Irão são verdadeiras. Em concreto os políticos referem-se ao fornecimento de equipamento para monitorizar os clientes de operadores de comunicações móveis. Confirmando-se o caso a empresa deve ser sancionada proibindo-a de estabelecer ou renovar contratos com o governo dos Estados Unidos, pedem os legisladores.
Cinco republicanos e um democrata querem que o Departamento de Estado “investigue rapidamente se a Huawei e outras empresas de telecomunicações têm violado a lei ao fornecer ao governo iraniano tecnologia sensível, em utilização ou capaz de ser usada para restringir a liberdade de expressão dos iranianos ou o livre fluxo de informações imparciais no país”.
Uma reportagem do Wall Street Journal, a 27 de Outubro, assegurava que a Huawei fechara dois grandes contratos com operadores de telefonia móvel no Irão. No âmbito desses vínculos era fornecida tecnologia capaz de permitir à polícia monitorizar a localização dos utilizadores de dispositivos móveis.
Entre o grupo de políticos estão os republicanos Sue Myrick, representante ao Congresso, da Carolina do Norte, e Jon Ky, senador pelo Arizona: em 2011 os mesmos promoveram iniciativas semelhantes contra as práticas comerciais da Huawei.
Os legisladores instam o Departamento de Estado a agir de acordo com o “Comprehensive Iran Sanctions Accountability and Divestment Act “, aprovado pelo Congresso em 2010. A legislação proíbe contratos entre o país e empresas que exportam tecnologia de comunicações sensíveis para o Irão.
Um porta-voz da Huawei afirmou desconhecer a existência de contratos entre o fabricante e os Estados Unidos. Em Setembro, o Departamento de Estado bloqueou a participação do fabricante no concurso para um projecto de implantação de uma rede nacional de comunicações sem fios para polícias e bombeiros.
E dois meses depois de um comité interno da Câmara de Representantes abriu uma investigação sobre se as actividades da Huawei e da ZTE podem representar um risco de segurança para os Estados Unidos. No mês passado o primeiro fabricante anunciou a sua intenção de limitar os seus negócios com o Irão dada a “situação cada vez mais complexa” no país.
Num comunicado, a empresa questiona agora as notícias sobre as suas vendas a operadores de telefonia móvel no Irão. “Um dos princípios fundamentais que regem as operações globais da Huawei é a estrita conformidade com todas as leis e regulamentos locais e internacionais, incluindo as aplicáveis nos Estados Unidos”, diz a empresa na sua declaração.