As soluções de BI de implementação de custos mais reduzidos têm, no entanto, desbloqueado alguns projectos no mercado português segundo alguns participantes de um evento da Qliktech.
A opção pela implantação de aplicações de BI de menor custo, mais simples e de implantação mais rápida tem feito avançar alguns projectos (bloqueados) de acordo com o vice-presidente da Capgemini, em Portugal, João Almeida. No entanto, de acordo com a experiência do responsável do Banco Barclays, Rui Pereira, a aprovação do plano de negócios do projecto foi ainda o principal desafio do mesmo.
O responsável explicou – em debate realizado num evento da Qliktech – que o projecto de BI (com tecnologia Qliktech) envolvia “descentralizar os processos de tomada de decisão”, aumentando a capacidade de exposição de informação aos colaboradores. Antes da implantação 80% dos recursos para BI eram usados para extracção de dados e 20% na apresentação de informação, segundo o responsável.
Ao lidar com o crescimento rápido do número de agências – mais de metade tem menos de dois anos – a organização enfrentou problemas de adequação de capacidade de computação ao volume de dados recebido. Mas com o projecto de BI, o banco conseguiu resolver esse problema e oferecer maior autonomia aos seus responsáveis no acesso e extracção de informação, aumentando assim, o número de “pontos de decisão”.
Com experiência diferente, o gestor de sistemas de informação da Brodheim, Paulo Filipe, considerou como “muito importante”, o apoio por parte da organização interna, desde o início do projecto de BI. Maior desafio foi “o alinhamento dos vários indicadores de negócio”, que foi necessário fazer.
Trata-se de um aspecto cuja importância João Almeida destaca: “pode haver proliferação de fontes, mas os indicadores mais importantes devem estar bem alinhados”. Para o responsável a qualidade dos dados é uma preocupação crescente.
Segundo o responsável da Deloitte, Nuno Carvalho, a constituição de centros de competência em BI facilita a obtenção do referido patrocínio (por parte da administração). Tem sido um “factor diferenciador”. O apoio ao processo de implantação passa a ser maior e as medidas “são mais directas”.
De outra perspectiva, “mais do que dar informação de negócio à administração é importante disponibilizar controlo de produtividade, porque hoje as margens são reduzidas”, recomenda o consultor. E, na sua opinião, apesar de tudo, as soluções mais fáceis de implantar acabam por facilitar a aprovação do plano de negócio do projecto.
Hoje nenhuma empresa em Portugal está disposta a pagar por projectos de implantação muito longa, com seis meses ou mais, acrescentou João Almeida. Segundo Paulo filipe, a plataforma da Qliktech demorou cerca de quatro meses a implantar na Brodheim. Mas o responsável admite que a empresa ainda tem de desenvolver o projecto para proceder a melhorias e ajustes.
Já Rui Pereira, revelou que a implantação dos “requisitos principais demorou cerca de um mês a entrar em produção”. E foi possível disponibilizar informação em várias plataformas, incluindo móveis.
Sector público menos preparado
Na visão de João Almeida, o sector público está menos sensível à necessidade e utilidade das plataformas de BI. Essa realidade terá muito a ver com “a qualidade do gestor público”, segundo o responsável, embora este admita “o esforço desenvolvido” para se alterar a situação. No sector privado, a preocupação – mesmo em relação às plataformas móveis – será semelhante entre empresas grandes ou mais pequenas. Varia a dimensão e o grau de sofisticação, ressalva.