Em tribunal, a Zurich Insurance afirma que o contrato com a Sony não prevê cobertura de ciberataques e revelação pública de dados.
Uma das seguradoras da Sony pediu a um tribunal de Nova Iorque (EUA) a absolvição de qualquer responsabilidade em defender ou indemnizar a Sony por causa das recentes violações de dados da empresa.
Num processo registado na semana passada, a Zurich American Insurance Company demonstrou que as políticas do seguro da Sony não cobrem incidentes como a violação de dados pessoais.
A acção surge no meio de crescentes reivindicações legais contra a Sony devido à divulgação massiva de dados da PlayStation Network (PSN), da rede Sony Online Entertainment (SEO) e da Sony Pictures. Os ataques, revelados pela Sony em Abril, comprometeram os dados das contas de cerca de 100 milhões de utilizadores.
No total, dados de mais de 12 milhões de cartões bancários foram comprometidos, sendo 5,6 milhões deles dos Estados Unidos.
As violações geraram até agora 55 acções judiciais colectivas contra a Sony por membros da PSN e da SEO, afirmou a Zurich Insurance no seu processo. Outros três processos foram registados contra a empresa no Canadá.
A Sony espera gastar pelo menos 178 milhões de dólares até Março de 2012 com os custos relacionados com os ataques.
A fabricante da PlayStation apresentou as queixas e reclamações à Zurich e exigiu que a seguradora a defenda contra as reclamações, disse a seguradora. Mas a empresa insistiu que a Sony Computer Entertainment America não tem cobertura contra cibercrimes.
A apólice cobre apenas “injúria corporal” e “danos a propriedade” causados por ocorrências diferentes dos ciberataques que a Sony sofreu.
A Zurich chamou também outras três seguradoras como testemunhas no processo. A empresa pediu ao tribunal que clarificasse com as empresas quais seriam as responsabilidades de cobertura obrigatória no caso.
A Sony não respondeu a um pedido de comentário.
Esta não é a primeira vez que uma empresa de seguros hesita em pagar por danos resultantes de um ciberataque, e é improvável que seja a última, considerando o número crescente de empresas que se inscrevem para terem este tipo de protecção.
(Computerworld/IDG Now!)