Físico da Universidade do Minho tem desenvolvido investigação sobre o grafeno, com potencial uso na electrónica.
O físico Nuno Peres, da Universidade do Minho, recebe esta tarde o Prémio Gulbenkian de Ciência.
Segundo a instituição, o galardoado é “um dos mais reputados físicos teóricos mundiais que trabalham sobre o grafeno, a forma bidimensional do carbono com um imenso campo de aplicação futura no domínio da electrónica”.
O investigador tem colaborado com Andre Geim e Konstantin Novoselov, da Universidade de Manchester, “dupla que fabricou este material, vencedora do Prémio Nobel da Física em 2010”.
Nuno Peres também previu a “opacidade do grafeno, tese que viria também a ser confirmada posteriormente e que deu origem a um trabalho conjunto publicado em 2008” na revista científica Science.
Em entrevista, relativamente à aplicação do grafeno, o investigador considera que “há muitas promessas de aplicações, como sensores de gases, detectores de luz de diversas ‘cores’, sensores de tensão. Mas a que será mais imediata é a sua integração em painéis tácteis. O grafeno é muito importante porque trouxe muita física nova. Por exemplo, os electrões comportam-se no grafeno como se tivessem perdido toda a sua massa; uma situação a que os físicos de partículas chamam o regime ultra-relativista. Tal abre a possibilidade à observação de efeitos que muito têm interessado quem trabalha nos grandes aceleradores. Por outro lado, é importante para potenciais aplicações, acima referidas, e que decorrem da física fundamental do grafeno”.