Um grupo de responsáveis de grandes empresas de telecomunicações na União Europeia pediu à Comissão Europeia para autorizar os operadores a cobrarem serviços de maior procura como o acesso ao Google, por exemplo.
Os grandes operadores europeus não perdem uma oportunidade para pressionar as autoridades em Bruxelas, contra a neutralidade da rede. Desta vez, um grupo de executivos do sector das telecomunicações da União Europeia pediu novamente para autorizá-los a cobrarem serviços de grande procura e audiência – como o acesso ao motor de busca Google – abrindo caminho à hierarquização do tráfego.
O conjunto de agentes do mercado reivindicou também a necessidade de acabar com a neutralidade da rede, entre outros aspectos, como um maior apoio para executar grandes fusões. A reunião foi organizada pela Comissão Europeia para analisar os atrasos na criação de redes de acesso à Internet de alta velocidade.
Como anfitriã da reunião, Neelie Kroes, Comissária Europeia para a Agenda Digital, considera que os atrasos na implantação de novas redes de fibra óptica ameaçam a competitividade económica da região, no longo prazo. O objectivo da Comissão é ter metade dos lares europeus com acesso a redes de 100 Mbps, em 2030.
O grupo de operadores foi liderado pelos CEO da Vivendi, Jean-Bernard Levy, da Alcatel-Lucent, Ben Verwaayen, e da Deutsche Telekom, Rene Olbermann.
Entre as razões apontadas pelas empresas para justificar a falta de entusiasmo do sector com a nova geração de redes está o facto de serem obrigados a partilhá-la com os seus concorrentes. Os operadores preferem continuar a actualizar a sua infra-estrutura actual, esperando uma melhoria capaz de lhes garantir um melhor retorno do investimento na fibra óptica.
Os responsáveis pediram a uniformização da legislação europeia para reduzir a insegurança jurídica e também que os governos não levantem obstáculos a fusões: para não se prejudicar o esforço dos operadores em partilhar redes, aumentar a escala e elevar o seu nível de competitividade.
Sobre a neutralidade da Internet, o CEO da France Telecom, Stephane Richard, argumenta que os operadores não devem arcar sozinhos com o custo de construção das redes, enquanto os gigantes da tecnologia como a Apple e o Google tiram todo o proveito delas, no desenvolvimento dos seus negócios.
Muitos grupos de defesa dos direitos dos cidadãos consideram as medidas contra a neutralidade da rede como ameaças à unidade da Internet
Um porta-voz de Nellie Kroes recusou comentar os detalhes das propostas apresentadas pelos responsáveis das telecomunicações. Garantiu apenas que as recomendações não representam todas as vozes no sector e prometeu redigir uma declaração com as conclusões da reunião.
Tão parvos estes… tudo quer acrescentar valor a custa do valor que não tem, ou seja especulação.
A neste exemplo a google paga bem pela capacidade de acesso aos seus serviços.
O que os operadores querem é que se page várias vezes pela mesma coisa.
A “internet” não pode obviamente ser gratuita (infelizmente) mas cresceu e é um sucesso desde que apareceu. medidas destas so serviriam para destruir aquilo que nasceu e cresceu direito.
Os “operadores” deviam ter vergonha de sequer propor este tipo de medidas