Depois de ter alcançado um volume de negócios de 1.785 milhões de euros, a empresa liderada por João Pequito quer crescer mesmo em contraciclo, como explica o responsável em entrevista.
No primeiro semestre de 2011, o volume de negócios da PSE está 2% acima do valor orçamentado, de acordo com o director-geral da empresa, João Pequito. Este dado alimenta a confiança do responsável na evolução do negócio da empresa para o patamar dos 1,850 milhões de euros, mesmo num contexto económico adverso.
Contudo, o caminho não está livre de desafios, como o de provar o valor de as empresas obterem melhor informação sobre os seus negócios. Além disso, depois da compra da SPSS pela IBM, a empresa está numa nova fase.
Computerworld – Quais são as prioridades da empresa para esta nova fase?
João Pequito – A PSE é das primeiras empresas nacionais a dedicar-se em exclusivo à oferta de soluções de análise estatística de dados. Fá-lo desde 1994 na qualidade de único parceiro de negócio SPSS em Portugal. O facto da IBM ter adquirido a nossa representada só veio confirmar a importância e a validade da nossa aposta estratégica. Nesta nova fase, como lhe chama, vamos potenciar o “know-how” que detemos e que nos diferencia – somos parceiros dos nossos clientes para aumentar os seus níveis de produtividade e de eficiência – através da disponibilização de soluções especializadas na área de análise preditiva e analítica.
CW – Em que aspectos diferenciadores de análise preditiva ou Business Analytics, a empresa pretende concentrar-se? Como pretendem posicionar-se?
JP – Temos a capacidade de transformar os processos de negócio dos nossos clientes imbuindo-os da inteligência que a análise preditiva permite.
Fazemo-lo em processos de negócio ligados à gestão de clientes, à gestão de feedback, à optimização da procura e do consumo e ao combate à fraude e gestão do risco.
Fazemo-lo com as soluções PSE Customer Management, PSE Feedback Management, PSE Demand Forecasting e PSE Fraud Management construídas em torno da tecnologia analítica IBM e implementadas com a metodologia PSE que se fundamenta nas nossas boas práticas desde 1994.
CW – Que desafios perspectiva para a empresa nos próximos anos para atingir os seus objectivos?
JP – Num ambiente difícil e complexo teremos de ser capazes de provar que poder tomar melhores decisões com base em melhor informação é vital para garantir negócios rentáveis. A nosso favor temos uma carteira de clientes para demonstrar a validade desta premissa.
CW – Como funciona o negócio da empresa depois da compra da SPSS, pela IBM? Que relação mantém com a IBM? Quais são os seus principais concorrentes?
JP – A PSE é hoje um dos principais parceiros de negócios IBM na área de software e em especial na oferta de Business Analytics. Como parceiros de negócio temos o dever de trabalhar em conjunto no desenvolvimento de oportunidades e afirmarmos a qualidade do nosso portefólio. Ser parceiro IBM é uma garantia da nossa qualidade.
No que à concorrência diz respeito, a oferta neste mercado é muito diversificada indo desde empresas de consultoria até empresas de TI. Da mesma forma, as propostas de valor são muito distintas. Cabe ao mercado apurar as diferenças. Nós sentimos que temos uma proposta de valor diferenciadora.
CW – Quais são os sectores económicos mais importantes para a facturação da empresa? Que sectores vão ser prioritários na expansão do negócio da empresa?
JP – As empresas comerciais e industriais de múltiplos sectores de actividade, as instituições de ensino superior e politécnico e os departamentos governamentais são os sectores que tradicionalmente mais têm contribuído para o nosso negócio. As diferentes soluções que comercializamos apontam para diferentes sectores. Por exemplo, se estrategicamente a solução PSE Customer Management visa as empresas com um negócio ‘B to C’, em que ser capaz de potenciar o valor de um cliente é vital para o negócio, já a solução PSE Fraud Management visa empresas seguradoras e departamentos governamentais em que é crítico optimizar processos de colecta e de reembolso.
CW – Que iniciativas e ambições de internacionalização tem a empresa actualmente?
JP – Em 2010, o mercado externo representou cerca de 10% do negócio da PSE. É de realçar a crescente exportação de serviços técnicos e de consultoria relacionados com o apoio à implementação de projectos de análise preditiva e à migração de tecnologia IBM SPSS. Continuaremos a apostar no desenvolvimento do “know-how” que possuímos e na sua utilização em qualquer projecto preditivo independentemente do local geográfico onde se realizar.
CW – Quanto representa a formação no vosso volume de negócios?
JP – Desde 1994 que a PSE mantém um centro de formação de suporte ao negócio que em 2011 dispõe de um catálogo de 11 cursos de utilização de tecnologia analítica IBM SPSS e de aplicação de técnicas estatísticas. Apesar de representar anualmente entre 5 e 10% do nosso volume de negócios, é extremamente importante para a diferenciação e para a difusão da qualidade dos nossos serviços técnicos.