Desafios do Windows 8 para as empresas

Há ainda muitas questões por responder mas a adopção do Windows 8 não se prevê muito suave para as empresas. Muitas ainda estão a migrar para o Windows 7 e duvida-se da sua preparação para adoptarem um sistema tão diferente.

O ecrã do menu iniciar do Windows 8 é muito semelhante à interface Metro utilizada no Windows Phone, tratando-se de uma completa reformulação do desenho tradicional de desktop Windows. É indiscutivelmente o maior risco assumido até à data pela Microsoft, a qual se prepara para a transição para a era pós-PC.

Muitas questões sobre o Windows 8 permanecem sem resposta, mas a mensagem principal impulsionada pela Microsoft com o Windows 8 é a da flexibilidade: em diferentes processadores e dispositivos como portáteis, tablets e slates. Mas para as empresas de TI e utilizadores empresariais a transição para o Windows 8 não é susceptível de ser suave. Para muitas, o Windows 8 será ainda outra versão do Windows juntamente com o Windows 7 e o persistente e velho Windows XP com necessidades de manutenção.

“O Windows 8 complica a vida das empresas, ao ser lançado no próximo ano, tendo apenas 25% ou mais das organizações feito a migração para o Windows 7 “, diz Aaron Suzuki, CEO da Prowess, uma consultora de TI fornecedora de serviços geridos dedicada à implantação de sistemas operativos e tecnologias de virtualização.

As maiores complicações, diz Suzuki, terão a ver com o hardware e a compatibilidade das aplicações. Acresce a situação de as empresas simplesmente não estarem prontas para outro sistema operativo depois de terem investido tempo e dinheiro no Windows 7.
A Microsoft afirmou que o Windows 8 não vai exigir um novo hardware. Mas falta esclarecer como o funcionamento dos recursos de reconhecimento de toque, que  tem de ser rápido e fluido será suportado pelo equipamento usado  para o Windows 7, ou, pior ainda, para o Windows XP.

As aplicações constituem um problema ainda mais difícil. “A compatibilidade das aplicações foi uma das grandes barreiras na actualização para o Windows 7 nas empresas e com o Windows 8, o tema terá de ser revisto outra vez.”

Hipoteticamente, o cenário empresarial num ano e meio será composto por sistemas operativos Windows XP e Windows 7 a correrem em PC, tablets fornecidos com o Windows 8, competindo com iPads e tablets com Android.

“Da perspectiva dos departamentos de TI, os utilizadores vão começar a pedir tablets Windows 8, por estes serem mais bonitos do que os portáteis Lenovo Thinkpad”, diz Suzuki. “Mas são apenas mais dispositivos de TI para gerir havendo importantes factores de compatibilidade de aplicações”

A solução para o problema da compatibilidade de aplicações, diz, envolve os serviços de virtualização e o cloud computing. “Será possível fazer a virtualização completa dos sistemas operativos, executando todo o sistema operativo Windows 7 num tablet Windows 8 com uma máquina virtual ou correr máquinas virtuais de Windows 7 num servidor e aceder-lhes  remotamente”, diz Suzuki.
“Mas a questãoestá nas capacidades de toque do Windows 8 não funcionarem tão bem numa máquina virtual Windows 7, usando-se um tablet. É esse o problema de se fundirem cenários de computação.”

Contudo este aspecto pode ser resolvido pelos serviços de cloud computing, diz Suzuki. As aplicações preparadas para cloud computing podem eliminar problemas de compatibilidade de aplicações, e todas poderão ser acedidas  através de dispositivos através da Internet. Infelizmente, não estamos nesse cenário ainda.

“Muitas aplicações empresariais internas e aplicações específicas de certas indústrias não pode ser preparadas para a Internet. São de computação intensiva e têm de ser executadas localmente sobre um sistema operativo e precisam de ser compatíveis com um sistema operativo.”

E aí reside o fardo dos departamentos  de TI com um novo sistema operativo, incluindo o Windows 8. Não podem dar-se ao luxo de tornar todas as aplicações disponíveis em todos os sistemas operativos e dispositivos por ser simplesmente muito trabalhoso.

As tecnologias de cloud computing e virtualização de TI vão auxiliar as migrações para o Windows 8 quando decidirem fazê-las. Mas estas tecnologias não são uma panaceia, alerta Suzuki.

“Continua a haver um desafio para o departamento de TI: como devo gerir tudo num modelo de um para muitos dispositivos com pouca a mão-de-obra e sem colocar todo o esforço no utilizador”, diz.




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