Nuno Viana
Senior Manager da Capgemini Portugal
Hoje em dia a virtualização de servidores já é considerada como uma melhor prática, até mesmo uma obrigatoriedade, na gestão de Datacenters, fruto
i) da elevada maturidade da tecnologia e,
ii) da elevada redução de custos que permite, face aos cenários tradicionais.
As organizações que já virtualizaram o Datacenter, devem, para atingir um próximo nível de maturidade, avaliar a virtualização dos postos de trabalho (desktops). Esta tecnologia atingiu já um elevado nível de maturidade, sendo possível disponibilizar aos utilizadores um sistema em tudo idêntico ao PC de formato tradicional, mas com a utilização de terminais simplificados e de baixo custo (thin clients).
A virtualização de postos de trabalho deverá ser avaliada como meio para:
i) reduzir custos,
ii) melhorar a segurança e reduzir o risco e/ou
iii) aumentar a mobilidade dos utilizadores.
A redução de custos com infra-estrutura está na agenda de todos os directores de TI, e apesar de esta ser uma excelente forma de optimizar o uso da sua infra-estrutura, é necessário justificar financeiramente a alteração através da preparação de um Business Case robusto, em que a captação de benefícios financeiros será obtida, principalmente, através de:
• Thin clients com reduzido custo de reposição face aos PC’s convencionais – menor custo de aquisição (menos 30 a 50%) e maior tempo de vida útil (de 4 para 8 anos);
• Menor consumo energético – redução média do consumo dos equipamentos superior a 90%;
• Redução entre 15 a 30% do esforço exigido às equipas de TI para manutenção e suporte.
As organizações têm uma crescente preocupação com os riscos associados à segurança da informação existente nos seus postos de trabalho. É frequente assistirmos à presença de informação sensível (e mesmo confidencial) armazenada em discos locais dos PC’s ou em discos externos – expondo as empresas a perda de informação por furto ou avaria técnica. Com a virtualização dos postos de trabalho, toda a informação reside no Datacenter, e não nos PC’s.
A mobilidade dos utilizadores é um factor crítico em diversos sectores de actividade, em que os utilizadores não têm posto de trabalho fixo ou que necessitam de aceder ao seu ambiente de trabalho a partir de múltiplas localizações. A virtualização de postos de trabalho permite às organizações novas formas de utilização, como por exemplo:
• Bring Your Own Computer (BYOC) – o colaborador utiliza o seu próprio equipamento pessoal para aceder aos sistemas da empresa, sendo esse um conceito crescente em trabalho “freelancer” e em instituições de ensino;
• Desktop as a Service (DaaS) – os ambientes de trabalho estão residentes numa nuvem (cloud) pública ou privada que pode ser acedida a partir de qualquer local.
Cada sector de actividade identificará as vantagens na adopção desta tecnologia, nomeadamente:
• No sector financeiro: a segurança da informação e dispersão geográfica;
• No comércio de retalho: a elevada dispersão geográfica e elevado nível de uniformização do parque;
• Em hospitais, farmacêuticas, fábricas e call centers: pela necessidade de mobilidade dos utilizadores.
A virtualização de postos de trabalho não é uma panaceia, pelo que cada organização deverá avaliar a sua aplicabilidade face aos seus requisitos de negócio.