Fujitsu negoceia parceria para cloud em Portugal

O vice-presidente da Fujitsu, Andreas Kiehne, revelou que a empresa pretende ter no seu programa um parceiro português dentro de dois meses. O fabricante está a preparar seis centros de dados para a sua Global Cloud.

A Fujitsu está a negociar a participação de um parceiro português para a sua oferta de cloud computing, revelou o vice-presidente do fabricante para este mercado, Andreas Kiehne. A iniciativa faz parte da estratégia para o negócio de cloud computing e do programa de parceiros a ele associado.

Ontem, a empresa revelou oficialmente a sua rede de centros de dados – a Global Cloud Platform– com a qual pretende servir todos os potenciais clientes. Entrará em funcionamento a 7 de Junho. Durante 2011, a Fujitsu tenciona investir perto de 1,2 mil milhões de euros em cloud computing.

Em declarações ao Computerworld na Alemanha, onde decorreu um encontro com a imprensa, o executivo revelou que dentro de dois meses prevê poder anunciar uma parceria com uma empresa portuguesa visando abordar o mercado de cloud computing. Porque o acordo ainda não está fechado, o responsável escusou-se a adiantar mais pormenores.

Face às propostas do programa de parceiros da Fujitsu para a referida oferta, pode ser um produtor de software, um Independent Software Vendor (ISV), ou outro tipo de parceiro – mais interessado em vender serviços de IaaS ou PaaS, usando os centros de dados da Fujitsu. Além disso, o fabricante pretende desenvolver um negócio no qual ofereça mais valor acrescentado, do que apenas a disponibilização de recursos.
Por isso, só pretende abarcar o mercado das médias e grandes empresas. Kiehne ressalva que essa perspectiva terá de ser adequada ao mercado de cada país, particularmente em Portugal.

A infra-estrutura  da Global Cloud está distribuída por países como Austrália, Alemanha, Japão, Singapura e Estados Unidos, e tem a ela associados os Fujitsu Cloud Services. De acordo com Kiehne, o objectivo da empresa será estruturar a sua oferta em torno de um único ponto de serviço com um desenho homogéneo.

De acordo com o mesmo responsável, os clientes portugueses serão servidos pelo centro de dados situado na Alemanha. Para as empresas com dados que não possam ser enviados para fora do país, Kiehne avança com uma solução mista: para a informação que não puder ser enviada para o estrangeiro, ela será alojada em infra-estrutura localizada em Portugal. Solução semelhante será proposta para efeitos de Disaster Recovery e Business Continuity.

De acordo com a Fujitsu, os centros de dados da Global Cloud estão em conformidade com as normas de seguranças de Tier 3, na Europa. O acesso às instalações é mediado por autenticação baseada em reconhecimento biométrico.
Um dos argumentos de venda salientados pelo responsável será o facto de o fabricante ou os seus parceiros conhecerem os clientes a quem alugam recursos. Esse pormenor permitirá evitar a utilização das capacidades da rede global para executar acções cibercriminosas.

Os recursos disponibilizados aos clientes poderão ser expandidos pelo adicionamento de “ilhas de infra-estrutura”, organizadas como módulos no centro de dados. A rede disponibilizará capacidades de computação baseada em acordos de níveis de serviços, e com uma eficiência energética de 1,45 PUE.

75% a 55% de receitas para os parceiros
Na visão de Kiehne, a Global Cloud Plaform constitui uma fonte de oportunidades tanto para os ISV como para outros parceiros. Promete uma repartição de receitas na qual o parceiro recebe 75% a 55% das mesmas.
Enquanto outros parceiros vão vender e prestar serviços sobre o que é disponibilizado na Global Cloud, os ISV podem disponibilizar uma aplicação através de uma loja fornecida para o efeito, pela Fujitsu.

Têm duas opções a considerar: ou desenvolvem novamente a aplicação de raiz, ou preparam-na minimamente para ser disponibilizada na cloud.
Na primeira situação, vão dar à aplicação características nativas para ser usada simultaneamente por vários clientes. Podem usar ferramentas de desenvolvimento de Rapid Application Development.
A alternativa é usar a aplicação já existente mas adicionando uma camada de serviços para ter capacidade de ser usada em simultâneo por múltiplos clientes. De forma simplificada, Peter Meinen, da Fujitsu, explica que o ISV tem de fornecer uma série de metadados capazes de descrever a aplicação, tanto na sua dimensão de negócio (para que serve), como tecnológica. Além, disso podem ser usadas “técnicas de IaaS ou de virtualização” diz.

O mesmo responsável afirma ser necessário associar um modelo de preços, consoante o número de utilizadores, e sugere a plataforma Cloud Business Services, disponibilizada pelo fabricante. Esta tem como propósito tornar operacional a comercialização da aplicação em modelo de serviço.

A Fujitsu dispõe-se a prestar serviços de preparação da aplicação, além da plataforma de IaaS e da estrutura de serviços de negócio. Integrado nesta, o Marketplace Portal, serve por exemplo para ligar e desligar funcionalidades na aplicação, definir o número de objectos que podem ser usados ou a capacidade de armazenamento associada.

Segundo Meiner, é possível definir modelos de facturação mediante a ocorrência de determinados eventos, como por exemplo quando é atingido determinado número de horas de utilização.

A plataforma disponibiliza também uma área de gestão de conta e de subscrições, interligada com o sistema de provisionamento, capaz de associar recursos de infra-estrutura às aplicações, assim que há um novo cliente. Depois o Business Enterprise Services também oferece facilidades de facturação e de pagamento.

Fujitsu associa-se ao programa Hyper-V Cloud Fast Track
Procurando disponibilizar uma oferta capaz de facilitar a adopção do modelo de cloud computing, a Fujitsu está a comercializar um ambiente de centro de dados Windows pré-configurado. De acordo com o fabricante, o cliente assumirá menos riscos e terá de pagar um custo de propriedade mais reduzido.
Na base das referidas facilidades estará, diz a Fujitsu, a combinação do portefólio de soluções Dynamic Infrastructures com o Windows Server Hyper-V e o System Center, segundo a arquitectura de referência estabelecida pelo programa Hyper-V Cloud Fast.




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