Câmaras mais ameaçadas do que AP na chantagem por dados mas dois grupos sofreram 12% de ataques de vírus informáticos.
12% dos organismos da Administração Pública Central (APC) e a mesma percentagem no caso das câmaras municipais reportaram ataques de vírus informáticos que resultaram na perda de informação ou de horas de trabalho em 2010. Nos organismos da AP regional, esse valor foi de 1% na Madeira e de 9% nos Açores.
NA APC, 2% foi objecto de “chantagem ou ameaças aos dados ou ao software” (5% nas câmaras) e 1% registou acessos não autorizados à sua rede de computadores ou a dados, percentagem que quadriplica no caso das câmaras.
Os números constam do inquérito sobre a utilização de TIC na APC, na APR (Açores e Madeira) e nas câmaras municipais, realizado pela UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento entre Setembro e Dezembro do ano passado. As taxas de resposta foram de, respectivamente, 96%, 100% e 91%.
Dessas respostas, todos os organismos revelam ter ligações à Internet, sendo que 92% das câmaras tem largura de banda igual ou acima dos 2 Mbs, baixando para 84% na APC, 78% na Madeira e 54% nos Açores.
No entanto, apesar dos 100% de ligações na APC – uma percentagem inalterada desde 2004 -, só 75% dos computadores tem acesso à Internet (eram 73% no ano anterior e 79% em 2008). Ainda na APC, 97% dos organismos usava correio electrónico em 2010, quando eram 99% em 2009.
Em termos de segurança, 98% das instituições na APC afirma ter software antivírus (uma constante com poucas variações desde 2003), 96% conta com uma firewall, 93% com filtros anti-spam, 68% com servidores seguros mas apenas 52% guarda cópia da informação num local externo.
As principais dificuldades para a implementação de TIC na APC são a falta de técnicos de informática (78% em 2010, 80% em 2009), mas esse valor baixa para 53% nos organismos que “indicam necessitar de pessoal de TIC” e ainda mais nas razões para não ter uma presença na Internet, justificada por apenas 25% com a “falta de pessoal com competências adequadas”. Neste último caso da presença na Web, 38% aponta a falta de recursos financeiros e 63% não ser necessário.
Ainda nas principais dificuldades para implementar as TIC na APC são referidas a escassez de recursos financeiros (69 e 55% para aqueles anos), falta de formação (53 e 51%), resistência à mudança (44 e 37%) e problemas de gestão, com 25% em 2010 perante 30% no ano anterior.
Em 2010, apenas 12% dos funcionários da APC frequentou uma acção de formação em TIC.
23% dos computadores de secretária na APC têm menos de dois anos (são 40% nos portáteis), 44% entre dois e cinco anos (46%) e 33% mais de cinco anos (14% nos portáteis).
O software de código aberto nos sistemas operativos, servidores de Internet e outras aplicações é utilizado em, respectivamente, 41, 41 e 54% da APC, 20, 31 e 36% na Madeira, 14, 11 e 23% nos Açores e 58, 47 e 61 nas câmaras.