O cloud computing será um modelo mais eficaz e com boa aceitação entre o governo chinês, dado o potencial de controlo sobre os sistemas de informação no país. A eficácia energética será um importante desafio.
A China está a construir uma infra-estrutura de cloud computing do tamanho de uma cidade, na província de Hebei, incluindo um complexo de escritórios e um enorme centro de dados. É um dos principais projectos a alimentar um crescimento de dois dígitos no mercado de TI do país.
O complexo vai ocupar cerca de 57,6 hectares, com o espaço inicial destinado ao centro de dados a ultrapassar os seis hectares, de acordo com a IBM, que está a construir a infra-estrutura em colaboração com uma empresa chinesa para a construção. Quando estiver finalizado, o complexo terá quase o tamanho do Pentágono, embora esteja distribuído por vários edifícios, assemelhando-se a um parque de escritórios, no qual podem ser integradas algumas áreas residenciais. Pode tornar-se ainda uma abordagem exclusivamente chinesa, capaz de juntar os centros de dados, os programadores e os empreendedores.
Estes grandes projectos, englobando supercomputadores ou parques de escritórios de desenvolvimento de software, podem gerar muita atenção. Mas o nível geral de gastos em TI na China, embora a crescer rapidamente, é apenas um quinto do que o dos Estados Unidos.
Segundo a IDC, os gastos de TI da China, incluindo hardware, software empacotado e serviços, devem ascender a 89,8 mil milhões de euros – mais 15,6% do que em 2010. Em comparação, os gastos de TI nos EUA devem ultrapassar os 415 mil milhões de euros, um aumento de 5,9%.
A indústria chinesa de TI não é assim tão grande neste momento, e “confia-se muito nos fabricantes” para projectar os centros de dados, disse Dale Sartor, engenheiro do Laboratório Lawrence Berkeley, do Departamento de Energia dos Estados Unidos, que visitou cerca de oito centros de dados na China, no ano passado.
Sartor, que lidera uma equipa de especialistas em eficiência energética, tem um projecto para avaliar a possibilidade de ajudar os chineses nos problemas energéticos dos centros de dados, uma iniciativa já desenvolvida na Índia há vários anos. Entre as questões a serem desenvolvidas pelo responsável está o esforço no qual se inclui o China Electronics Standardization Institute, para a implantação de normas para centros de dados. O engenheiro disse ainda que há muita regulamentação para a construção de centros de dados na China, mas as normas “não concedem muita atenção à eficiência energética”.
Centros de grande dimensão serão norma
Sartor prevê a aceleração do desenvolvimento de centros de dados na China, envolvendo particularmente centros com grande capacidade de prestação de serviços de cloud computing. Os grandes centros de dados podem tornar-se norma. “Tenho a impressão de que a nuvem vai ser enorme na China por razões de eficácia, assim como de capacidade de controlo”, disse. “Se todos usarem cloud computing e o governo possuir as infra-estruturas será muito mais fácil manter uma mão sobre a Internet e outras questões, do que num modelo mais distribuído”.
A China vai usar os serviços de projecto de dados da IBM, entre outros, no complexo da província de Hebei. E também está a colaborar com a Range Technology Development no projecto.
O crescimento da China em TI tem tido um valor positivo para a IBM, que divulgou um crescimento de 25% do negócio no país, em 2010.
A primeira fase do projecto exige a construção de sete centros de baixa capacidade. Mas o espaço para o centro de dados pode facilmente ser alargado para mais de 10, 2 hectares. O plano prevê mais seis edifícios de centro de dados, três de cada lado do conjunto inicial de sete, se forem necessários. O centro estará pronto a funcionar em 2016, promete a IBM.
Os centros de dados estarão entre os maiores do mundo. O maior complexo de centros de dados conhecido tem 10,2 hectares, situa-se em Chicago, e pertence à Digital Realty Trust, de acordo com o Data Center Knowledge, que tem uma classificação de centros de dados.