Os governos deviam assinar a tratados de cibersegurança para dominarem ameaças desencadeadas a partir da Internet.
O especialista em segurança, Bruce Schneier sugeriu aos governos a criação de linhas directas, entre cibercomandos, à semelhança das existentes entre comandos nucleares, para ajudá-los a combater ciberataques. No mês passado, a União Europeia anunciou planos para desenvolver um centro de combate ao cibercrime até 2013, e concordou com os Estados Unidos em estabelecer um grupo de trabalho centrado em cibersegurança. Entretanto, a NATO também adoptou o seu Strategic Concept Charter, documento que esquematiza planos para desenvolver novas capacidades de combate a ataques cibernéticos, a redes militares. Num texto escrito para o Financial Times, o especialista considerou que uma linha directa entre os cibercomandos mundiais “poderia pelo menos permitir aos governos, falarem entre si, em vez de estarem a tentar adivinhar de onde surgiu um ataque”. Para o perito, a medida seria um ponto de partida e mais importante do que isso, os governos precisam de estabelecer tratados de ciberguerra. “Estes podem estipular uma política na qual prescindem de atacar adversários com armas cibernéticas, antes de ser atacado com armas do mesmo tipo, ilegalizar armas que não tenham objectivo definido, ou autorizar armas que se auto-destroem, terminadas as hostilidades. A Convenção de Genebra precisa de ser actualizada também,” diz Schneier. O mesmo sugere ainda uma declaração dos países nos quais se comprometam colocar os sistemas bancários fora do campo de “batalha”. Schneier considera bastante “necessários “ esses acordos “sejam lá quais forem as especificidades”.
Embora tenha admitido que implementar esses acordos seria difícil, Schneier considerou que os governos deveriam pelo menos fazer um esforço para os concretizarem.
“Não é demasiado tarde para inverter a corrida às armas de ciberguerra, actualmente em grande desenvolvimento. Se não, será apenas uma questão de tempo até alguma ocorrência de grande dimensão acontecer: talvez pelas acções precipitadas de um militar de baixa patente, ou por um interveniente exterior ao Estado, ou simplesmente por acidente”, avisa.
Esta semana, o governo do Reino Unido revelou estar a considerar a venda das competências da GCHQ, o centro de comunicações do Governo britânico, para fechar o hiato de capacidades e competências, entre o sector privado e o público, e assim reforçar as capacidades do país contra ataques cibernéticos.