Projecto de ERP em open source é o mais activo do SourceForge

Ranking antecipa tendências.

O software ERP (enterprise resource planning) em open source pode ainda só representar uma pequena percentagem do mercado global, mas enquanto conceito está claramente a ganhar adeptos entre as empresas.
Duas suites ERP em open-source, o xTuple e o ADempiere, foram listadas como os dois projectos “mais activos ” pelo SourceForge, que se autoproclama o mais website do mundo para o desenvolvimento de software em código aberto.
Também os projectos WebERP e OpenBravo fazem parte deste ranking top 20.
O XTuple conta provavelmente com cerca de 500 participantes activos na sua comunidade open-source, tendo contado com a participação no total de aproximadamente 25 mil pessoas “que contribuíram de alguma forma para o projecto ao longo do seu desenvolvimento”, de acordo com o CEO da xTuple, Ned Lilly, segundo o qual já foram feitos mais de 400 mil downloads do software xTuple até ao momento.
A única coisa que “é verdadeiramente difícil de determinar”, contudo, é o número de empresas que utilizam a suite em produção, adianta Ned Lilly. A XTuple, com sede na Virgínia, Estados Unidos, conta hoje com 200 clientes pagos. Pelas contas do seu CEO, existem hoje entre sete e 10 mil instalações do xTuple em operação em todo o mundo.
Ned Lilly possui um blogue na Internet chamado “ERP Graveyard“, onde vai escrevendo sobre o trágico destino de fabricantes e produtos de ERP, engolidos pelo mercado através de aquisições. Segundo este responsável, esta tendência já chegou também ao ERP de código aberto, como mostra a aquisição da Compiere, fabricante de uma suite open-source, por parte da Consona, que entretanto já veio dizer que continuará a suportar a estratégia de open-source da empresa que adquiriu.
Mas Ned Lilly considera que, de uma maneira geral, “esta é uma boa fase para se estar no mercado do open-source”. Segundo este responsável, “quem começa primeiro por se apaixonar pelos produtos e comunidades continua a ser o profissional técnico, mas a verdade é que os utilizadores empresariais já compreendem o modelo muito melhor do que antes. Hoje já não somos obrigados a explicar a toda a gente o que é o open-source”.
O ERP open-source tem as suas vantagens, sobretudo quando o software em particular conta com uma comunidade activa e um fórum estabelecido, como é o caso do xTuple, sustenta Ray Wang, analista da consultora Altimeter Group.
“Inclusive, os tempos de resposta em termos de suporte são melhores do que acontece na maioria das companhias de software”, defende.
Mas existem também desvantagens no ERP de código aberto, não parecendo provável que estes produtos consigam ganhar adeptos no extremo mais exigente do mercado, dominado pela SAP e pela Oracle.
De qualquer forma, são as condições adversas impostas pelos fabricantes de ERP proprietário que estão a estimular uma maior adopção das plataformas open-source, segundo Frank Scavo, director da consultora Strativa. Na sua opinião, “muitas empresas estão a ficar fartas dos modelos restritivos de licenças, que obrigam à adopção de novas versões, e dos honorários exorbitantes que essas grandes companhias cobram”. Por isso, defende que “o open source proporciona muito mais flexibilidade e menores custos, permitindo às empresas controlar o seu próprio destino”.
E, na sua opinião, muitos integradores de sistemas estão também a chegar ao limite da sua paciência. “Eles estão a ficar fartos de supostas parcerias unilaterais, em que quem acaba por ser ‘dono’ do cliente é o fabricante do ERP proprietário”, diz Frank Scavo, defendendo que “o open source permite aos prestadores de serviços ganhar mais dinheiro e criar soluções que realmente interessam ao cliente. E isto é sobretudo válido nos casos em que o cliente precisa de uma solução personalizada, estando disposto a ter o produto em código aberto como ponto de partida”.




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