CEO da VMware diz que os sistemas operativos estão a perder importância

Novos desenvolvimentos ajudam empresas a executar aplicações de forma mais eficiente, a tirar partido dos sistemas de TI e as organizações estão a reagir com entusiasmo.

A virtualização e as frameworks de desenvolvimento aberto estão a expulsar os sistemas operativos dos centros de dados, de acordo com o presidente e CEO da VMware, Paul Maritz, durante uma apresentação na conferência Structure 2010 que a empresa realiza esta semana em São Francisco.
Na sua opinião, e embora ainda existam sistemas operativos nas infra-estruturas virtualizadas, os seus papéis tradicionais estão a ser usurpados pelos novos elementos que estão a transformar o mundo das TI.
Estes desenvolvimentos estão a ajudar as empresas a executar velhas e novas aplicações de uma forma mais eficiente e tirar, assim, mais partido dos seus sistemas de TI, algo a que as organizações estão a reagir com bastante entusiasmo, diz.
A VMware is é o fabricante de soluções de virtualização líder de mercado e no ano passado adquiriu a SpringSource, fornecedora de uma framework de desenvolvimento aberto. Mas Maritz descreve o crescente papel destas tecnologias como uma tendência de toda a indústria. Os sistemas operativos de servidor têm duas funções principais: coordenar os recursos de hardware subjacentes e proporcionar serviços abstractos às aplicações, segundo Maritz. Mas num centro de dados virtualizado, são poucos os sistemas operativos de servidor que estão directamente relacionados com os recursos de hardware.
Este papel passou a ser desempenhado por um novo nível da infra-estrutura, composto pela virtualização, coordenação da memória, processamento, armazenamento, redes e políticas, sustenta o CEO da VMware, para quem, no que se refere à disponibilização de serviços abstractos às aplicações, os programadores estão a “dar um tiro no pé” ao adoptarem frameworks abertas como a Ruby on Rails e a Spring da SpringSource.
A Salesforce.com está a actualizar a sua plataforma cloud Force.com para que possa usar a framework Spring e o Google já a usa na sua App Engine, segundo Maritz. Este tipo de framework pode tornar as aplicações mais facilmente portáveis entre diferentes nuvens públicas e privadas. Embora não tenha explicitamente antecipado o fim dos sistemas operativos de servidores, Maritz diz que a Microsoft deverá ter dificuldades em ajustar-se ao novo mundo da virtualização e da cloud computing. “É mais difícil a uma empresa mudar o seu o seu modelo de negócio do que a sua tecnologia”, diz o CEO da VMware.
O grande objectivo das infra-estruturas virtualizadas ao longo dos próximos anos é serem capazes de pegar num conjunto de políticas e automaticamente agendar tarefas de computação, memória, armazenamento, rede, firewalls e outros componentes que permitam realizar essas mesmas políticas. Maritz acredita, por isso, que a própria nuvem acabará por ser como a plataforma de hardware x86 dos dias de hoje, em que a complexidade não é visível aos olhos de quem utiliza a tecnologia. Isto é, no entanto, algo difícil de conseguir, adianta, o que, não deixando de ser uma má notícia para a indústria em geral, constitui uma excelente notícia para a VMware, que conta com a experiência necessária para o fazer. A VMware tem já vários anos de lançamentos planeados para a coordenação de diferentes tipos de infra-estruturas de centros de dados, assegura Maritz.


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