Ipreo processa Goldman Sachs por roubo de dados

A Ipreo, fornecedor de software e serviços de análise de mercado para clientes da área dos investimentos bancários, accionou um processo judicial contra a Goldman Sachs, por alegado desrespeito de direitos de autor e roubo de segredos comerciais.

A queixa, apresentada num tribunal distrital de Nova Iorque na passada terça-feira, abrange vários funcionários não identificados da Goldman Sachs, acusados de acederem ilegalmente a uma base de dados da Ipreo e de roubarem dados nela contidos.

O processo judicial tem por objectivo o pagamento de uma indemnização no valor de um milhão de dólares a título compensatório e outra de dois milhões de dólares por danos punitivos da Goldman Sachs.

Um porta-voz da Goldman afirma que as alegações não têm qualquer mérito, recusando-se contudo a proferir comentários adicionais sobre o assunto. A Ipreo possui uma base de dados chamada Bigdough, que, segundo a companhia, terá demorado anos a construir e implicou investimentos substanciais. De acordo com a descrição que a companhia faz da Bigdough, esta base de dados é a listagem mais completa e precisa de “carteiras de buy-side e gestores de activos, instituições de sell-side, fundos e 80 mil contactos da indústria financeira”. A companhia alega na queixa que apresentou em tribunal que tem mais de 16 mil assinantes da sua base de dados, que considera ser “de valor incomparável para as instituições financeiras como é a própria Goldman”.

A Ipreo acusa dois funcionários da Goldman Sachs, pelo menos, de repetidos acessos ilegais à Bigdough entre 2008 e 2009. Na sua queixa, a Ipreo alega que a sua base de dados terá sido ilicitamente acedida pelo menos 264 vezes por parte de funcionários da Goldman, que, para tal, utilizaram credenciais de login pertencentes a terceiros.

A companhia acusa os funcionários da Goldman de fazerem o download de volumes substanciais de dados residentes na base de dados durante esses acessos ilegais. A Ipreo sustenta ainda que a Goldman tentou minimizar a gravidade da situação quando confrontada com os factos.

A Goldman admite que os endereços IP associados aos logins ilegais lhe pertencem, mas tentou imputar a culpa da situação a um único empregado, de acordo com a Ipreo. “Os réus sabiam não ter a permissão da Ipreo para utilizar ou licenciar os contactos ou outras informações protegidas por direitos de autor contidas na base de dados”, pode ler-se na acção judicial.

A Ipreo pretende, assim, que a Goldman seja responsabilizada por permitir que os seus funcionários usassem os sistemas da empresa e a sua infra-estrutura para aceder ilegalmente aos dados da companhia. Do seu ponto de vista, a empresa tinha o direito e a capacidade de monitorizar os seus funcionários e controlar a utilização que fazem da rede da empresa, mas não conseguiu fazê-lo.




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