Excesso de opções de virtualização de desktops confunde

A virtualização de desktops surge agora na forma de tantas opções diferentes que até mesmo os fabricantes confundem os termos referentes a cada uma delas.

Os desktops virtuais – antes considerados a forma mais rígida e menos amigável de disponibilizar aplicações aos utilizadores finais – têm ganho cada vez mais adeptos, à medida que prometem oferecer elevados níveis de segurança e uma fácil manutenção. O senão? Existem tantas opções diferentes que até mesmo os fabricantes confundem os termos referentes a cada uma delas.

A líder de mercado Citrix Systems, que está a apostar forte na expansão dos desktops virtuais para tarefas onde a companhia tradicionalmente não desempenhava qualquer papel, lançou há poucos meses uma versão da sua solução Xen Desktop que permite aos clientes optarem por um dos seis principais métodos de disponibilização de aplicações.

O seu mais próximo concorrente, a VMware, bem como a Microsoft e um conjunto alargado de fabricantes de soluções add-on e integradores de aplicações em código aberto também já oferecem abordagem similares, às quais se juntam produtos de virtualização de clientes, como os oferecidos pela Pano Logic ou NComputing.

Se a tudo isto adicionarmos as soluções de cloud computing disponibilizadas pelos fornecedores de software como serviço (SaaS) e plataforma como serviço, e ainda as soluções de segurança para máquinas virtuais e dispositivos móveis, então “a escolha torna-se muito complicada”, de acordo com Chris Wolf, analista de infra-estrutura e virtualização do The Burton Group.

Roger Johnson, responsável técnico do revendedor de soluções de áudio/vídeo Crutchfield Media, conta, por seu turno, que “a maioria das empresas que falam connosco acerca de virtualização de desktops acaba por se retrair devido aos custos, sobretudo os de licenciamento, que acabam por tornar esta opção tão cara como o modelo tradicional”. Este blogger e orador das conferências TechEd e VMWorld, virtualizou os servidores mas não os desktops da Crutchfield. As licenças Windows preparadas para VDI que a Microsoft anunciou no mês passado fazem mais do que qualquer outro novo produto para atrair novos clientes, considera Johnson.

Eis outro problema de comparação: os utilizadores não têm muitos – se é que têm alguns – benchmarks de boa qualidade para comparar o desempenho das várias soluções de virtualização de desktops, da Citrix à VMware, quanto mais as disponibilizadas por todos os fornecedores de cloud computing, como sublinha o analista especializado no assunto Brian Madden.

Este analista publicou um comparativo de VDI que, nas suas próprias palavras, “mostra apenas a ponta do icebergue desta tecnologia”. O documento foi colocado no mês passado no site BrianMadden.com, dando uma ligeira vantagem à Citrix sobre a VMWare View para a generalidade dos casos, embora na sua opinião ambas as opções ainda estejam longe de constituir a solução ideal.

O impacto da cloud

Em 2008, enfrentando reduções orçamentais e a necessidade de equipar três novas escolas, o Montgomery Independent School District do estado norte-americano do Texas seleccionou a Citrix em detrimento da Pano Logic, graças ao facto de contar com melhor suporte para gráficos necessário para aplicações específicas, como explica George Thornton, director de redes do agrupamento escolar.

Os custos de manutenção eram também muito mais baixos comparativamente com as redes de PC, mas o projecto teve que ser alargado para incluir três tipos de servidores diferentes, aplicações virtuais e VDI, para cumprir os requisitos dos diferentes grupos de utilizadores. Isto é algo comum hoje em dia, mas pode ser totalmente desnecessário se a transição para os ambientes cloud e para as aplicações virtuais prosseguir ao ponto de os departamentos de TI conseguirem focalizar-se na criação de ambientes virtuais, que permitam a cada funcionário a visualização e utilização a partir do dispositivo que escolherem para o efeito, considera Chris Wolf.

Muitos departamentos de TI começam já a falar desta possibilidade também, mas Johnson acredita que o mais certo é esperarem até que a segurança dos ambientes de desktops virtualizados esteja assegurada. “Os custos totais dos projectos, mesmo que reduzidos, não afastam o perigo de acabarmos por ter um TCO mais elevado do que o desejado, ao sermos obrigados a pagar alguns milhares de dólares por cada registo de cartão de crédito roubado ou violação do HIPAA”, alerta.




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