SAS e Accenture criam grupo de análise preditiva

O SAS Institute e a Accenture reuniram esforços para criar o Accenture SAS Analytics Group, uma joint venture que irá desenvolver, implementar e administrar soluções de análise preditiva.

Este projecto constitui, segundo a Accenture, uma “estreia para ambas as empresas”.
O Accenture SAS Analytics Group irá desenvolver soluções específicas dirigidas, de início, para os sectores financeiro, da saúde e serviços públicos. O grupo planeia ainda desenvolver soluções trans-indústria, endereçando, inicialmente, a aquisição e retenção de clientes e Análise Corporativa.
O SAS, fabricante de software de Business Analytics, tem uma aliança sólida com a Accenture, em consultoria de gestão, há mais de 10 anos. “O nosso bem-sucedido trabalho em parceria, desde 2007, evidenciou o potencial, para ambas as empresas, resultante de endereçarem, em conjunto, o crescente interesse na análise preditiva”, sustenta Pat Finerty, vice-presidente de Alianças e Desenvolvimento de Negócios da subsidiária canadiana do SAS. A aliança reúne a “posição de liderança no domínio de análises avançadas do SAS, com a posição liderante da Accenture entre os precursores dos conceitos de consultoria de gestão e integração de sistemas”, afirma Finerty. A Análise Corporativa assenta na ideia de levar a verdadeira análise preditiva e conhecimento aos decisores, em todos os processos de negócios de cada organização, que é, de facto, o objectivo último dos clientes, explicou Finerty.
Não há qualquer intenção de desenvolver uma nova suite de produtos de análise preditiva, segundo Finerty. Quaisquer produtos ou serviços desenvolvidos em conjunto constituirá uma evolução e irá adicionar valor às ofertas existentes do SAS, e não substituí-las, sublinha. “Esta parceria pretende oferecer Análise como um Serviço aos clientes, combinando abordagens inovadoras, como a subscrição e serviços geridos”, afirma Finerty. As propostas para os três sectores supra, e duas trans-indústria, são “apenas o começo”, acrescenta.
A joint venture constitui uma “evolução extremamente importante a partir da oferta do SAS”, segundo Gareth Doherty, research analyst da Info-Tech Research Group Ltd. “No meu espírito nunca existiu qualquer dúvida acerca de as ferramentas SAS serem ou não, valiosas e úteis para as organizações – a questão sempre foi saber se as organizações seriam ou não, capazes de utilizar tais ferramentas”, afirmou.
Um dos maiores obstáculos à disseminação em larga escala, entre as empresas, da Analítica SAS, é, segundo Doherty, o nível de conhecimentos necessário para utilizar as “caixas” de ferramentas. “Seria necessário um cientista da NASA para utilizar algumas das ferramentas avançadas de análise de modelos preditivos”, afirma. A combinação do “treino” disponibilizado pelo SAS, com a “perícia” em consultoria da Accenture, garante a aptidão do Accenture SAS Analytics Group para fornecer às empresas os serviços de que necessitam para utilizar os “pacotes” de ferramentas, explica. Doherty considera ainda que esta parceria constitui “uma resposta muito forte” ao anúncio pela IBM Corp, da primavera de 2009, da sua intenção de passar a oferecer serviços de consultoria de análise avançada. A IBM deu ideia de “estar à frente da curva” reconhecendo que disponibilizar às organizações as ferramentas que permitem realizar análises sofisticadas, como os modelos preditivos, não é suficiente, sublinha. “Eles perceberam que precisavam igualmente dos serviços de valor acrescentado à cabeça, para garantir a possibilidade de embeber as ferramentas nas organizações”, afirma Doherty.
Com a IBM, o SAS enfrenta, potencialmente, a primeira grande forma de concorrência real no mercado, de acordo com Doherty. As capacidades analíticas avançadas da IBM podem não corresponder ao grau das que a SAS oferece, mas estão “muito perto”, sustenta. “A parceria com a Accenture é, essencialmente, na minha opinião, uma resposta à IBM, com o produto Cognos e aquisição do SPSS”, acrescenta. Doherty antecipa que a joint venture irá ajudar a SAS a “manter a posição actual” no mercado.
Sebastien Ruest, vice-presidente de Pesquisa em Serviços e Tecnologia, na IDC Canadá, prevê o reforço do status do SAS na comunidade empresarial. “O SAS tem um software excelente, apesar de ser um tipo muito específico de software apenas reconhecido pelos utilizadores especializados”, afirma. A Accenture goza de “uma excelente posição” no quadro das suites de negócios das organizações, o que irá aumentar a notoriedade do SAS como solução entre os sujeitos não-tecnológicos, diz Ruest. A análise previsional tem sido uma área quente, na gestão do desempenho empresarial, desde o colapso económico, sublinha Ruest.
Um estudo da IDC Canadá, baseado em conversas com executivos ao longo dos últimos 12 meses, sugere que as organizações não têm vindo a fazer investimentos adicionais na actualização de software e licenças. Em vez disso, têm vindo a reduzir e consolidar o seu software, focando-se na “criação” de receitas ou na identificação de novas oportunidades de receitas, no contexto do ambiente de negócios actual e com o “set” de parâmetros existente, conclui.




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