Os sites de redes sociais precisam de apertar as suas definições de segurança por forma a protegerem as crianças, defendeu esta semana a Comissária Europeia para a Sociedade da Informação, Viviane Reding.
Há um ano atrás, 25 dos mais populares sites da Europa comprometeram-se a melhorar as suas regras de privacidade para proteger mais eficazmente os seus utilizadores menores. Nessa altura, a comissária avisou os responsáveis do Facebook, da Yahoo Answers e do Windows Live que, se falhassem na implementação destas medidas, trataria de criar nova legislação que os obrigasse a isso.
Desde aí, muitas empresas têm apertado as suas regras de privacidade, de acordo com a Comissão Europeia, segundo a qual 19 das 25 companhias notificadas já disponibilizam aos visitantes dos seu sites instruções específicas para crianças e adolescentes, concebidas para os ajudar a decidir que tipo de dados pessoais devem transmitir online.
Contudo, apenas 40 por cento dos sites de redes sociais restringem por defeito o acesso aos dados pessoais dos mais jovens apenas aos seus amigos mais directos, sendo que inclusive o Facebook deu um passo na direcção contrária com as novas regras de privacidade que implementou no mês passado.
“Espero que as empresas se disponham a fazer mais. Os perfis dos utilizadores menores devem ser mantidos privados por definição”, afirmou Reding, que no entanto não revelou quaisquer planos para dar início à nova legislação.
Provavelmente, essa tarefa ficará a cargo da sua sucessora no cargo, Neelie Kroes, que a partir desta semana substitui Reding como Comissária Europeia para a Sociedade da Informação.
Aos olhos da CE, o Facebook parece ter ido precisamente na direcção contrária às suas recomendações, retirando os perfis privados das suas definições por defeito. Desde o mês passado que a rede social tornou os dados dos perfis dos seus utilizadores disponíveis a terceiros, mesmo quando esses utilizadores não estão online.
As novas definições do Facebook despertaram as críticas dos grupos de defesa da privacidade, que inclusive apresentaram uma queixa junto da U.S. Federal Trade Commission. As novas regras do Facebook estão, entretanto, também a ser investigadas pelo comissário para a privacidade do Canadá.
Na semana passada, Viviane Reding disse ter ficado estupefacta com a decisão do Facebook. “De repente, decidiram alterar as suas definições de privacidade. Não consigo entender porquê”.
As regras de privacidade antigas do Facebook eram consideradas pela comissão como umas das melhores entre os sites de redes sociais, nomeadamente porque o acesso restrito aos dados pessoais era uma definição por defeito.
Num relatório publicado na passada terça-feira, Dia Europeu da Internet Segura, o Facebook foi elogiado por ter as informações pessoais dos seus membros apenas visíveis aos amigos. Contudo, o relatório foi escrito antes de Dezembro, altura em que a rede social ainda não tinha alterado as suas definições.
As novas regras do Facebook “não se encontram reflectivas no relatório”, frisou Viviane Reding, acrescentando que “apenas uma alteração profunda nas suas definições de privacidade receberá a aprovação da comissão”.
Os 25 sites que se comprometeram a melhorar as suas regras de privacidade são a Arto, Bebo, Dailymotion, Facebook, Giovani.it, YouTube, Hyves, Windows Live, Xboxlive, MySpace, Nasza-klaza.pl, Netlog, One.lt, Piczo, Rate.ee, Skyrock, SchülerVZ StudiVZ MeinVZ, Habbo, IRC Galleria, Tuenti, Yahoo!Answers, Flickr e Zap.lu.