Apesar de ter falhado os objectivos de facturação a Agap2 mantém a sua estratégia baseada na especialização. Em 2008, quase duplicou o volume de negócios para 9 milhões de euros, e este ano assume o desafio de 2009: chegar aos 12 milhões de euros.
Numa entrevista concedida ao Computerworld, o director-geral da Agap2, Franck Deschodtm, expolica que um dos maiores desafios para a empresa é ultrapassar os 20 milhões de euros de facturação. Investir em recursos humanos é um dos pilares da estratégia. Duplicá-los é uma necessidade esperada. Entretanto, a crise será o primeiro responsável por um crescimento menos exuberante em 2009.
Computerworld: – Qual o vosso volume de negócio em Portugal. Qual é a estratégia de negócio para este mercado?
Franck Deshodt – Foi de 10,5 milhões de euros. A estratégia passa sempre pela especialização com o objectivo de sermos uma forte referência nas tecnologias de informação no mercado português. Hoje, em dia, verificamos ainda mais, que as empresas devem ser capazes de trazer verdadeiras mais-valias aos seus clientes. A conjuntura económica obriga a uma reflexão estratégica profunda para ser possível sairmos ainda mais fortes deste contexto e considerarmos a crise que atravessamos como uma verdadeira oportunidade. A nossa estratégia passa por investir ainda mais na excelência das equipas internas e criar novos produtos e novas ofertas. Assim, decidimos este ano lançar uma nova divisão/unidade de negócio – a agap2 Integration Services – bem como reforçar fortemente a nossa divisão agap2 Solutions Delivery que tem um tripla vocação: criar produtos inovadores para lançarmos no mercado português; responder a todas as solicitações de desenvolvimento de soluções à medida/projectos fechados; e criar uma reverva de excelência de desenvolvimento em Portugal para responder às necessidades do mercado europeu em regime de nearshore. A agap2 Integration Services conjuga esta abrangência de modo a estruturar aquilo que é a base da tecnologia: servidores, sistemas operativos/virtualização, bases de dados, network & security.
Computerworld – Quais foram os principais factores para a evolução do volume de negócios da empresa em 2008? Qual foi o crescimento em relação a 2007?
Franck Deshodt – Em 2008 o volume de negócios da organização atingiu os nove milhões de euros em Portugal e os 19 milhões de euros na Europa. Os principais factores para esta evolução foram a nossa capacidade de lançar novas ofertas, novas empresas e a incursão em novos países, sempre com a ideia chave de trazer fortes mais-valias para os clientes e colaboradores. Em 2007, facturámos cinco milhões de euros em Portugal e oito milhões na Europa.
Repartição do volume de negócios
– agap2 Integration Services – 5 %
– agap2 Solutions Delivery – 15%
– agap2 Information Technology – 75%
– agap2 Training Center – 5%
Computerworld – Quantos clientes têm actualmente e repartidos de que forma?
Franck Deshodt –Actualmente temos uma carteira de mais de 120 clientes repartidos principalmente pelos sectores da administração pública, banca e seguros, telecomunicações, energia e indústria.
Computerworld – Pode dar-nos alguns exemplos mais relevantes?
Franck Deshodt – Na administração pública: Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação (FDTI), Instituto de Informática (II), Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS), Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) e Direcção-Geral de Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Aduaneiros (DGITA). Na banca e seguros: BNP Paribas, CGD, Milennium BCP, Banif, BBVA, Banco Best, Itau Europa, Lusitânia Seguros, AXA, Tranquilidade, Caixa Seguros, entre outras. Nas telecomunicações: Grupo PT, Grupo Sonae, ONI, ZTE, entre outros; Na energia e indústria: Areva, Alstom, Air Liquide, Boringher Ingelheim, Grupo Suez, Total, entre outros
Computerworld – Qual é a vossa principal concorrência? Têm concorrentes directos? Quem? Como se diferenciam da concorrência?
Franck Deshodt – É uma pergunta muito complicada, porque o sector de consultoria e das Tecnologia de Informação é fortemente concorrencial e tem muitos actores.
Considero que temos vários factores de diferenciação, mas é fundamental destacar um: a nossa capacidade de captar os melhores engenheiros e conseguir motivá-los através de uma verdadeira evolução e valorização dentro da organização.
Computerworld – Quem são os vossos principais parceiros? Qual é a vossa estratégia de parcerias?
Franck Deshodt – Os principais parceiros são a Microsoft, Oracle, Sun, Sungard e Telerik. A nossa estratégia passa mais uma vez pelo facto de trazer, através dos nossos parceiros, uma verdadeira mais-valia aos nossos clientes e consultores em termos de resposta a projectos ou em termos de formação.
Computerworld – Como vê o mercado de consultoria em Portugal?
Franck Deshodt – Vejo o mercado com bons olhos. Na minha opinião, temos a sorte de evoluir num sector “curioso” e inovador. Temos em Portugal excelentes formações e excelentes ideias! Isso faz com que, para mim, o mercado português seja sempre mais atraente.
Mas também acho que infelizmente, o mercado está a ser utilizado no seu potencial mínimo. O mercado português precisa de verdadeiros empreendedores capazes de criar ofertas destinadas não só ao mercado nacional, mais também ao mercado europeu, pois Portugal tem todas as características para ser um centro tecnológico de excelência para a Europa.
Computerworld – Que objectivos tem para o corrente ano e para a empresa a médio prazo?
Franck Deshodt –Como já referi, temos como objectivo terminar o ano com um volume de facturação de 12 milhões de euros em Portugal. Neste mercado, os objectivos a médio prazo passam pela duplicação dos nossos colaboradores, bem como atingir um volume de facturação superior a 20 milhões de euros.