As empresas utilizam o Word como processador de texto mais por hábito do que por necessidade e estão já a considerar outras alternativas, uma vez que a Web está a mudar a forma como os utilizadores criam e partilham documentos, afirma um relatório da Forrester Research.
O relatório, intitulado "Breaking Up Is Hard To Do: The Microsoft Word Love Story", assinado pela analista Sheri McLeish, sugere que as empresas continuam a utilizar o Word porque lhes é familiar ou porque já investiram nas anteriores versões, herdando automaticamente as novas, e não porque esta seja realmente a melhor opção.
"Uma vez que o Word já está tão entrincheirado nas empresas nos últimos 25 anos, torna-se já muito difícil substituí-lo. Por isso, apesar do ruído que as novas ferramentas baseadas na Web começam a fazer, sendo a maioria das quais gratuitas para um número limitado de utilizadores, não estão propriamente a ser bem sucedidas na adopção generalizada pela empresas”, sublinha a autora do documento.
Mas estas opções, recentemente introduzidas no mercado, entre as quais se incluem as aplicações alojadas na Web do Google, Adobe Systems e Zoho, só para mencionar algumas, permitem a criação de documentos que se podem partilhar e que permitem una colaboração online mais fácil e intuitiva para os utilizadores, além de serem acessíveis do ponto de vista financeiro.
Estas aplicações estão a ganhar terreno nas pequenas e médias empresas, onde a Microsoft não pode competir de forma eficaz com a suite do Office, afirma McLeish.
"O Microsoft Office foi durante anos a galinha dos ovos de ouro. Mas as pessoas começam agora a questionar esse investimento, que é relativamente elevado face a outras opções do mercado”, diz a analista.
Talvez como resposta a esta pressão, a Microsoft afirmou recentemente que pretende ampliar as funcionalidades das suas aplicações de armazenamento e partilha de documentos on-line, o Office Live Workspace, para permitir aos utilizadores criarem e editarem documentos online. Antes, os utilizadores tinham que utilizar a versão desktop do Office para criar os documentos que, posteriormente, tinham que ser colocados e anotados online através do Office Live Workspace.
Outras das motivações da Microsoft para melhorar as suas aplicações online deverá ser o terreno que o Google Docs, Adobe Acrobat.com e o Zoho Writer estão a ganhar no seio das empresas. A evolução da Web como uma plataforma sobre a qual as companhias podem correr os seus negócios está a mudar a forma como os utilizadores criam, armazenam e partilham documentos de processamento de texto. Neste sentido, as aplicações de processamento de texto colaborativas e baseadas na Web facilitam estes novos métodos, sublinha McLeish no seu relatório.
"Muitos profissionais usam frequentemente wikis na forma de rascunhos de documentos que podem ser distribuídos por um grupo de pessoas via e-mail ou colocados num site partilhado. Os blogues podem substituir por completo o antigo método de revisão de documentos. A Enterprise Web 2.0 pode ainda agora ter chegado mas já é evidente que pode trazer grandes vantagens às empresas, na medida em que as ajuda a melhorar a partilha e colaboração de conteúdos."
Embora as empresas continuem preocupadas com as questões da segurança e integração, obstáculos que estão a impedir uma adopção mais generalizada do modelo de software como serviço, esta tendência é outro incentivo para que a Microsoft faça evoluir as aplicações do Office para que continuem a ser competitivas.