A Google e a Microsoft afirmaram que não recuaram no seu suporte aos princípios de neutralidade da rede. Esta declaração de ambos os gigantes das TI surgem na sequência de informações adiantadas pelo Wall Street Journal, que sugeriam que ambas teriam abandonado o suporte às regras de neutralidade.
Um artigo publicado pelo Wall Street Journal diz que a Google está a tentar negociar com fornecedores de banda larga um acesso Internet mais rápido para os seus conteúdos, o que aparentemente entra em conflito com o seu suporte às regras de neutralidade da rede que proíbem os operadores de bloquearem ou abrandarem os conteúdos de algumas aplicações ou empresas. Relativamente à Microsoft, o artigo referia o abandono desta – e da Yahoo – da aliança “It’s Our Net” em 2006, durante os debates acerca da possível fusão entre a AT&T e a BellSouth. Tanto a Microsoft como a Yahoo eram membros da aliança, mas optaram por não participar quando esta, no início de 2007, se transformou na Open Internet Coalition, mais focada em assuntos mais alargados, relacionados com banda larga.
A Google e a Microsoft rejeitaram estas acusações. Ginny Terzano, porta-voz da Microsoft, afirmou que a empresa continua a suportar os direitos de neutralidade da rede, e tem vindo a apoiar a ideia de os fornecedores de banda poderem oferecer camadas de serviços e outras melhorias. E Richard Whitt, consultor da Google para telecomunicações e média, considera que as práticas de “caching” local seriam, da parte dos fornecedores de banda larga, um comportamento aceitável e que está de acordo com a visão da Google para a neutralidade, uma vez que “este tipo de actividade não assenta no controlo unilateral do operador sobre as ligações de última milha para os consumidores, e também não envolve discriminação de conteúdo”. Whitt vai mesmo mais longe, e afirma que esta prática já é comum em algumas empresas, como a Akamai, a Limelight e a Amazon.com (através do Cloudfront), sendo utilizada pelos fornecedores de banda larga para a distribuição de conteúdos Web.