Prós e contras do Windows Vista

Michael Gartenberg, vice-presidente da JupiterResearch, comenta quais são os “pontos quentes” e aqueles que “não são assim tão quentes” do novo sistema operativo da Microsoft, o Windows Vista.

Embora os opositores continuassem a pedir à Microsoft para não lançar o Windows Vista antes do segundo trimestre de 2007, a Microsoft anunciou, definitivamente, que vai disponibilizar o Vista este ano (amanhã, 30 de Novembro) para clientes corporativos e em Janeiro de 2007 para todos os demais clientes. Qual é o significado desta decisão?


 


Bem, o Vista não é algo que possa ser ignorado e muito em breve cada organização terá de criar uma política para implementá-lo, ou os utilizadores finais vão assumir as rédeas do processo. Quando a Microsoft lançou o Windows 95, estimei que, entre a Microsoft e todos os seus parceiros, cerca de 500 milhões de dólares seriam gastos em marketing. Agora, provavelmente haverá um gasto na faixa de mil milhões de dólares para assegurar a adesão de utilizadores e profissionais de Tecnologias de Informação na transição para o Vista.  Neste contexo, observo quatro pontos muito atractivos no Vista e quatro grandes problemas na migração. Vejamos o que pode esperar e com o que deve tomar cuidado.


O que é quente


Mais fiabilidade e segurança. O Windows XP era (é) um bom sistema operativo, mas vamos admitir — há cinco anos, ninguém previu os problemas de segurança e fiabilidade que viriam a assolar os computadores pessoais. A Microsoft aprendeu muito desde o lançamento do XP e agora, com o Vista, a mostar isso mesmo. O Vista é muito mais estável e seguro do que qualquer versão anterior do Windows.


Internet Explorer no modo protegido. Uma das maiores vulnerabilidades tem sido o navegador Internet Explorer da Microsoft. O  IE7 aborda muitos problemas de segurança, mas o IE7 no Vista vai muito mais além. Correndo no modo protegido, o navegador é totalmente isolado do resto do sistema operativo e protege activamente o sistema contra qualquer código malicioso. Só isso já vale o preço.


Aero Glass. Até agora, os computadores com TV nunca correram o XP. Correm belas interfaces com o utilizador (mas, infelizmente, a imagem não é a melhor além dos efeitos sonoros irritantes). A interface do Vista, embora seja um atractivo para os olhos, é um atractivo muito bom. É muito bonita e talvez até fique bem na série CSI (Crime Scene Investigation). Regressar ao XP depois de usar o Vista com todos os elementos do Aero é complicado. É este visual que os computadores devem ter no século XXI.


Centrado nos média. Média é um elemento expressivo do Vista. A forte integração com o Windows Media Player e o “shell” do Windows tornam realmente fácil lidar com todo o conteúdo importante para um utilizador: pesquisar, navegar, identificar, jogar. A música, imagens e vídeo funcionam juntos do modo que acha que deveriam funcionar.


O que não é quente


Mudanças desnecessárias na interface com o utilizador. Adoro a interface, mas tenho muita coisa investida no Windows antigo e algumas mudanças não fazem sentido, do meu ponto de vista. Além disso, por causa da dimensão de alguns alvos aos quais precisa de apontar o cursor, a Microsoft está a contratar muitos profissionais jovens que têm uma óptima visão e usam monitores de alta resolução.


Desempenho. Tanta bondade tem um preço. Embora a maioria dos recursos do Vista aceite PC não muito antigos, as máquinas mais antigas simplesmente não vão estar à altura de receber o Vista. Se quiser correr o que houver de mais moderno, com todos os recursos da interface, precisará de um upgrade. Laptops mais antigos, em particular, provavelmente não poderão correr o Vista com todos os elementos da interface activados.



Compatibilidade. Não é um problema novo, mas o Vista vai confrontar os utilizadores corporativos, pela primeira vez em muito tempo, com grandes problemas de retrocompatibilidade. No geral, drivers e utilitários low-level serão os mais problemáticos, mas será preciso testar cuidadosamente todos os aplicativos críticos para ver o que funciona ou não.


Custo. O custo da migração vai além do preço do sistema operativo. É necessário também ter em atenção o processo de instalação, teste, hardware e upgrades de software. Isso significa que as migrações maciças serão onerosas.


 


Moral da história


Há muito coisa que nos faz gostar do Vista. A maioria das organizações provavelmente estará mais bem servida com uma migração em fases ao longo do tempo, mas muitos utilizadores poderão beneficiar imediatamente. Em ambos os casos, o Vista não tarda e é melhor começar a planear agora, antes do lançamento para o consumidor principal no início de 2007.



*Michael Gartenberg é vice-presidente e director de pesquisa dos grupos Personal Technologies & Access e Custom Research & Consulting da JupiterResearch em Nova Iorque.




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