5ª CAPSI desafia as TIC nacionais a fazerem acontecer a reforma do Estado Português

O grande desafio português das Tecnologias de Informação e das Comunicações é fazer acontecer a reforma do Estado. Esta foi a grande mensagem deixada pela 5ª CAPSI. Aveiro deverá acolher a próxima conferência.


 


 


A 5ª Conferência da Associação Portuguesa de Sistemas de Informação (CAPSI), que se realizou na primeira semana de Novembro no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, poderá ficar para a história do sector das Tecnologias de Informação (TI) e Sistemas de Informação (SI) em Portugal.


 


Para além de pretender continuar a aprofundar a reflexão sobre o importante contributo dos SI para o desenvolvimento de uma Sociedade da Informação e do Conhecimento e de ter reclamado a herança dos Congressos Portugueses de Informática (CPI), que se realizavam bienalmente entre 1980 e 1990, com uma homenagem a Henrique Marcelino, que “foi uma figura charneira na introdução em Portugal dos conceitos relativos aos Sistemas de Informação Organizacionais”, a 5ª CAPSI pretende deixar um testamento ao país, lançando um desafio ao sector nacional das TIC para assumirem as suas responsabilidades e contribuíram para o desenvolvimento do país: “fazer acontecer a reforma do Estado” é o grande desafio das TIC.


 


Esta foi a grande mensagem deixada pela organização, numa intervenção de José Tribolet, professor do IST e presidente do INESC, que presidiu à 5ª CAPSI.


 


Para José Tribolet, “um dos principais desafios da Ciência e Tecnologia nacionais no domínio das TIC é de contribuir corajosa e decisivamente para a reforma da AP, tendo voz crítica e abalizada sobre os processos de “informatização” da AP, sobre as “modernizações em curso”, sobre os planos de E-GOV, fomentando diálogo com os responsáveis, promovendo a alfabetização dos políticos e dirigentes, enfim, não se refugiando, como tem sucedido, na sua ilha tecnocrática e exercendo de forma activa a sua cidadania, informada pelos seus conhecimentos científicos e pela prática da Engenharia”.


 


 


Governo também apela às TIC


 


Uma mensagem que, de alguma forma foi ouvida e “agarrada” pela Secretária de Estado da Administração Pública. Na intervenção que encerrou a 5ª CAPSI, Sofia Galvão desafiou o sector a dar esse contributo.


 


Segundo a governante, “a reforma da Administração Pública Portuguesa entrou no tempo de acção” e que espera “potenciar a utilização eficaz das TIC na AP”, seguindo o exemplo das boas práticas de utilização das TIC em sector como as telecomunicações e do sector financeiro, nomeadamente num conjunto de quinze projectos estruturantes e de reengenharia operacional que vão começar a ser colocados em prática, anunciando, por exemplo, o projecto de reformação das lojas do cidadão para funcionar como um centro integrado de Administração.


 


Em jeito de conclusão, Sofia Galvão afirmou que “na implementação destes projectos é preciso maximizar o potencial das TI e estas são incontornáveis para a Reforma da Administração Pública”. Um dia antes Diogo Vasconcelos, gestor da UMIC (Unidade de Missão Inovação e Conhecimento), que trabalha em articulação com a secretária de Estado, tinha traçado o quadro dos projectos no domínio da Sociedade de Informação, designadamente, na Administração Pública. Aliás, o tópico dos SI na AP acabaram por ser o “prato forte” da 5ª CAPSI, tendo ainda participado personalidades como Luís Vidigal, vogal do Instituto de Informática, Ramos Lopes do DGITA, Alberto Serrano, administrador do IGIF, e Nascimento Costa, presidente do Conselho de Administração dos Hospitais da Universidade de Coimbra, que falaram do panorama nacional da integração de SI na Administração Pública (AP) e das principais iniciativas que estão a decorrer de modo a inovar a AP.


 


 


Um balanço positivo


 


No final da CAPSI, Henrique O’Neill, presidente do Congresso, fez um balanço “muito positivo” – mais de 280 inscrições, 100 participantes diários/médias, 162 comunicações –, destacando “o elevado nível das comunicações”, como ainda “o debate interessante e as propostas apresentadas”, destacando ainda o equilíbrio entre as presenças e intervenções académicas, empresariais, de investigadores e da universidade, e a “participação enriquecedora dos colegas brasileiros e espanhóis”.


 


Falando já para o futuro – a próxima CAPSI deverá ser realizada em Aveiro –, Henrique O’Neill afirmou que importa “manter o espírito aberto no domínio dos SI” e “alargar a participação dos profissionais das empresas e da AP”.


 




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