“Estamos a viver uma nova era de insegurança e medo”

No âmbito da conferência sobre segurança nos SI organizada pelo Computerworld, o general Loureiro dos Santos lembrou que o ciberespaço é um dos elementos usados para o terrorismo atingir o seu auge.

Usado em conjunto com as armas de destruição maciça e a comunicação social, o ciberespaço permite que os métodos atinjam ao seu auge.


 


Trata-se de uma das conclusões do general Loureiro dos Santos, o orador principal da conferência “Security World: a segurança dos sistemas de informação num mundo e numa economia em mudança”.


 


No evento o general procurou evidenciar também “a globalização de todos os vectores da segurança” como uma das suas especificidades actuais.


 


Outras implicações decorrem da Nova Ordem Internacional descrita pelo especialista como sendo protagonizada por uma “única superpotência e o terrorismo internacional”.


 


No seu todo, estas ideias são ingredientes de um período que Loureiro dos Santos denomina “Idade Média Global”.


 


 “A segurança é um tema central que nos preocupa a todos pelo que se passa no Mundo. É um mundo perigoso e as coisas acontecem sem nós contarmos”.


 


Esta preocupação serviu de mote à apresentação do Loureiro dos Santos.


 


O general procurou explicar o que é a segurança e qual a sua evolução ao longo dos tempos, fazendo um enquadramento da Nova Ordem Internacional e alinhavando algumas conclusões.


 


E na óptica de Loureiro dos Santos, o que é a segurança? Acima de tudo a segurança tem como objectivo as pessoas. E não o território, como por vezes se pode pensar. “O território é uma forma de preservar as pessoas”, explicou.


 


O general explicou que hoje a segurança não é apenas uma questão militar, especialmente com a globalização.


 


Para Loureiro dos Santos é ponto assente que a globalização traz coisas boas, mas também traz coisas más. Assiste-se à globalização da instabilidade, da violência, do medo.


 


São fenómenos alimentados pela globalização da informação. “Hoje tenho medo por coisas que acontecem nos antípodas”.


 


Com a devida escala, Loureiro dos Santos refere que estamos a viver uma “situação parecida com a Idade Média do ponto de vista da insegurança e do medo”.


 


Hoje “a globalização tornou o Mundo numa única comunidade com medo. E tudo se agravou com o 11 de Setembro. Estamos por isso numa situação de segurança pós-moderna”.


 


As motivações para a guerra não se têm alterado com o tempo, explicou. Sempre foram o medo o interesse e o prestígio/reputação: apenas um destes motivos é, então, como agora, racional: o interesse. “Os outros dois têm a ver com emoções, com sentimentos”, sublinhou.


 


A ordem internacional é uma relação de forças que existe em determinado momento entre determinados actores que gera equilíbrios de força. “Após a implosão da guerra-fria que opunha as duas grandes forças, EUA e URSS, a ordem bipolar existente terminou e passamos para uma realidade de apenas um pólo com capacidade de intervenção global, os EUA.


 


O especialista explicou que os EUA têm actualmente um papel de equilíbrio. Quanto à Europa, instalou-se um vazio de poder, após a segunda Grande Guerra e os EUA “instalaram-se” por cá.


 


O general sublinha “os EUA, como única potência global, estão preocupados em manter este referencial de poder e se possível aumentá-lo”.


 


As ameaças à Nova Ordem Internacional são as ameaças tradicionais (outros países), o crime organizado, e o pós-terrorismo, associado à existência de armas de destruição maciça, e dirigido por gente com motivação política, além das suas próprias religiões. Outro fenómeno emergente é o ciberterrorismo.


 


De acordo com o general, os principais factores que se distinguem actualmente na segurança é a globalização em todos os seus vectores.


 


Por outro lado, na Nova Ordem Internacional os actores predominantes são a única superpotência e o terrorismo internacional.


 


Finalmente, os métodos utilizados actualmente pelo terrorismo são as armas de destruição maciça, a comunicação social e o ciberespaço, que atingem o seu auge quando são utilizados em conjunto.


 




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