O imperativo do Governance

“Temos de construir um plano urbanístico para o sistema da saúde em Portugal”, defendeu José Tribolet, presidente do INESC.

José Tribolet apresentou uma proposta de governação para o sector público da saúde, que tem vindo a ser estudada nos últimos anos.


 


Os principais objectivos desta proposta são criar um sistema de informação para o sistema de saúde português que permita fazer uma gestão mais eficaz com processos mais eficientes, sem esquecer obviamente que o sistema de saúde tem o objectivo maior de “tratar da saúde dos cidadãos”.


 


Destacando este facto, o professor universitário relembrou que os sistemas informáticos apenas permitem melhorar este sistema, estando longe de ser uma finalidade por si mesmos.


 


O modelo apresentado por Tribolet enquadra-se num sistema de saúde orientado por processos e ao serviço do cidadão.


 


Fazendo a analogia com o milenar sector da construção, Tribolet referiu que “temos de construir um plano urbanístico para o sistema de saúde em Portugal”, ou seja, construir um metaplano ao nível da abstracção, decidir o ordenamento e impor esse ordenamento”.


 


Com base nestas premissas, Tribolet respondeu à questão central: “mas como é que melhoramos os sistemas de informação nas organizações de saúde?”


 


Descrevendo os vários passos, Tribolet explicou que “é preciso olhar para a situação e problematizar essa questão. Ou seja “é preciso pensar antes de começar a disparar para todos os lados e a implementar tudo quanto é tecnologia”.


 


Em suma, “temos de olhar para as organizações de uma forma que todos nós compreendamos”, sintetizou Tribolet.


 


O presidente do INESC explicou então quais as primitivas base para modelação e análise: objectivos, processos, entidades e sistemas e evidenciou que tal como na arquitectura e construção através de ferramentas como o AutoCAD, deveria haver nas TI uma ferramenta que permitisse conseguir visão conjunta da organização, permitindo a navegação na organização em tempo real.


 


Tribolet explicou que tudo isto não significa homogeneidade. Não significa que todas as entidades tenham de adquirir as mesmas tecnologias e funcionar da mesma maneira.


 


O importante é que, “a heterogeneidade das várias entidades esteja englobada num sistema”. “A minha proposta”, diz Tribolet, “é pensar na organização do ecossistema hospitalar como se pensa noutro tipo de organizações: arquitectura, ordenamento do território, entre outras.


 


Temos de construir um plano urbanístico para o sistema de saúde em Portugal”.


 


Ao nível da decisão, chamou a atenção para o facto de no sistema da saúde habitarem simbioticamente dois sub-sistemas: o administrativo e o clínico. Sendo ambos igualmente úteis, é necessário criar um “Health System Board”, que permitem a governação do sistema e dos níveis de “Governação Administrativa e de Governação do Sistema Clínico”.


 


Tribolet sublinhou que isto é “corporate governance do negócio, dos sistemas de informação e dos processos, não da informática”.


 




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