Excesso de zelo na adopção da eSaúde tem forte impacto negativo no sector

Os contributos da eSaúde são bastante evidentes, e embora ainda preciso demonstrar isso aos cidadãos com benefícios concretos é urgente avançar, mesmo sem ter os dados todos.

Há já uma série de lições a retirar de todo o processo de evolução da eSaúde e as provas são claras.


 


No entanto, esse conhecimento está fragmentado, dificultando a implementação dos sistemas. Outra evidência: o progresso entre instituições, países e indivíduos é desigual.


 


Entretanto ao nível das métricas, será necessário ter em conta que o crescimento da utilização das facilidades da eSaúde devido à Internet pelos cidadãos por des não ser facilmente visível.


 


Mesmo assim e considerando outros dados, tornou-se evidente que atrasar a implantação da eSaúde encerra um custo alto: é ponto assente que as TIC têm um impacto favorável em todos os aspectos dos cuidados de saúde.


 


A eSaúde começou há mais de 40 anos com a aplicação da informática aos cuidados de saúde.


 


Nesse processo, já demonstrou a sua contribuição na melhoria dos cuidados de saúde em todos os aspectos da cadeia de cuidados.


 


A literatura médica é um excelente recurso para identificar o estado de progresso da eSaúde no Mundo (embora a diferença de tempo entre o estudo e a publicação seja problemática). Não há falta de exemplos interessantes de eSaúde nos países europeus.


 


No entanto, há poucos exemplos de transferência de conhecimento de país para país. O caso dos países nórdicos é uma excepção que confirma a regra.


 


Por lado, muito exemplos específicos não são comunicados além de certos círculos académicos. É preciso simplificar a natureza técnica do assunto para ser difundido.


 


E aqui, é aflorado outro aspecto importante: a importância da eSaúde tem de ser explicada aos cidadãos através de benefícios concretos, para estes fazerem parte do processo no sentido de avançar com a eSaúde.


 


Há já muitas instituições que têm uma experiência avançada em termos de TIC. Mas também há instituições muito atrasadas.


 


Permitir que o hiato se alargue muito, torna mais cara a adesão ao conceito embora eleve o desafios. Por isso, deve ser fomentada a pesquisa e cooperação entre instituições.


 


Ao longo do processo para a eSaúde alguns países  impuseram determinadas formas de obrigação relacionada com computadores, aos profissionais de saúde.


 


Têm conseguido uma taxa de participação maior do aqueles que não o fizeram. No entanto, uma obrigação tem de ser acompanhada por formação de qualidade, programas de educação e incentivos financeiros.


 


E preciso ter em conta que a utilização  da Internet está relacionada com uma categoria sócio-profissional mais alta.


 


Portanto em muito casos, os profissionais de saúde são utilizadores mais frequentes do que os consumidores. E, claro, a existência de computador nos lares está correlacionada favoravelmente com o PIB per capita.


 


As infra-estruturas de telecomunicações e o acesso à Internet por banda larga, a preços comportáveis, acabam por ser um factor chave de sucesso para o uso profissional, institucional e por parte dos consumidores da eSaúde.


 


Neste último segmento o crescimento da utilização pode não ser visível. O número de pacientes a usar a Internet para procurar informação de cuidados de Saúde está a crescer e já é importante.


 


Mas há a tendência para não informarem os seus médicos de que o fizeram, a não ser se forem questionados.


 


A crescente preocupação relativamente aos erros médicos tanto na Europa como nos Estados Unidos favorece o recurso massivo a ferramentas de eSaúde.


 


No entanto, se a formação contínua dos médicos pode ser facilitada por ferramentas de eSaúde, a oferta de cursos de saúde online não é procurada.


 


Os cursos são maioritariamente pouco interactivos, sendo baseados em texto.


 


Também os recursos de telemedicina estão sub-utilizados  em termos de número de consultas realizadas.


 


Mas as listas de espera para as consultas presenciais têm crescido e os custo têm subido na maior parte da Europa.


 


Outro dos entraves a um maior impacto da TIC no sector da saúde é no facto de não se conhecerem ou de não estarem divulgados os acessos a informação.


 


Uma série de registos e bases de dados têm migrado para plataformas online, sendo alguns coordenados a nível europeu.


 


Há portanto maiores oportunidades de acesso a informação. Por outro lado, as redes nacionais  parecem providenciar um nível apropriado de coordenação de informação e serviço.


 


Mas torna-se necessário assegurar a interoperacionalidade destes sistemas, à medida que os cidadãos da Europa se tornem mais móveis  na gestão dos seus cuidados de saúde.


 


Ainda nesta linha é ponto assente que a adopção de standards mundiais iria acelerar significativamente a implementação da eSaúde.


 


A eSaúde é cada vez mais premente. A busca eterna para obter dados definitivos sobre a eSaúde tem um impacto negativo.


 


Nenhuma pesquisa será tão completa, rigorosa e avaliadora  quanto como os estudos que um observador pode imaginar.


 


Mas tem também nenhum  objecto de estudo será tão vasto, nem o período de observação será tão longo como seria considerado necessário.


 


Nenhum exemplo estrangeiro será tão relevante como aquele realizado no próprio país, região, cidade ou instituição.


 


O criticismo que envolve toda esta atitude resulta no risco de serem gerados estudos piloto redundantes e o adiamento da implementação.


 


Em resumo, que argumentos tem a eSaúde? Não há nenhuma base de dados com informação e números sobre o sucesso da eSaúde.


 


Existem muito poucos critérios e standards de avaliação. E no entanto à medida que a indústria médica e farmacêutica evolui, melhorando metodologias para avaliação de medicamentos, as aplicações de eSaúde precisam de ter um uma metodologia de avaliação comum.


 


Será um importante auxílio para os responsáveis que tomam decisões, os profissionais de saúde e os cidadãos manterem um diálogo objectivo com os produtores de eSaúde.


 


A questão mais premente é saber se os responsáveis pelas estratégias e políticas dos sistemas saúde, precisam de mais dados para se convencerem de que a eSaúde tem de ser um componente importante da referida estrutura.


 


Consideremos a luta contra o tabagismo: deveríamos ter continuado apenas a recolher dados para demonstrar as causas e efeitos? Ou devemos investir mais para melhor compreender a prevenção e erradicação do tabagismo?


 




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