TI também estiveram entre as estrelas das convenções democrata e republicana

Nas convenções democrata e republicana, o papel das TI não foram esquecidas: a convergência une ambos os candidatos. No capítulo da infra-estrutura, a tecnologia sem fios foi rejeitada… por questões de segurança

As Convenções dos partidos Democrata e Republicano são, normalmente, o momento mais importante do ano eleitoral norte-americano antes do dia da eleição presidencial.


 


Milhares de pessoas juntam-se durante dois ou três dias para eleger o seu candidato.


 


É uma organização complexa e exige uma gestão rigorosa e altamente profissional, tendo em conta o número de pessoas, mas também toda a logística envolvente.


 


Este ano, o primeiro depois do 11 de Setembro, a complexidade aumentou ainda mais com a questão da segurança.


 


Para montar todo este cenário, a pergunta impõe: qual foi o papel das Tecnologias de Informação em todo este processo?


 


O que pensam os partidos sobre esta questão?


 


Quais são as suas propostas?


 


Do ponto de vista da infra-estrutura tecnológica de suporte às convenções, não houve grandes diferenças na abordagem e nas escolhas.


 


A Convenção Republicana, que terminou há pouco mais de uma semana, procurou uma infra-estrutura de suporte eficaz, mas sobretudo, simples, foi o principal objectivo que presidiu ao evento realizado no Madison Square Garden, em Nova Iorque.


 


Segundo David Shatzkes, vice-presidente dos serviços governamentais da Computer Horizons Corporation, empresa responsável pelas operações tecnológicas da Convenção Republicana, “abdicámos das grandes inovações tecnológicas, como uma rede sem fios e optámos pela simplicidade”.


 


Para Shatzkes, a segurança de uma rede sem fios é tão boa como a da rede tradicional.


 


Para montar este processo, a Computer Horizons escolheu uma solução que envolveu a Cisco Systems, como fornecedor do equipamento de rede, a IBM, que fornece os PC e os servidores, e a Microsoft, que forneceu os desktops e os softwares de sistema.


 


A IBM que, recorde-se, foi uma das empresas que mais contribuiu para as campanhas dos dois partidos, forneceu 350 desktops, vários laptops, impressoras e servidores para os delegados Republicanos.


 


Também já o tinha feito no mês anterior com um pacote semelhante para a Convenção Democrática.


 


Outro tema importante, como era de esperar,  a segurança.


 


Centenas de agentes dos Serviços Secretos, milhares de polícias a pé, cavalos e motas, barricadas de camiões com toneladas de areia, foram alguns dos mecanismos de segurança da Convenção Nacional Republicana, em Nova Iorque.


 


Enquanto esta segurança física era instalada, os investigadores de segurança das TI descobriram um inquietante número de aparelhos sem fio descodificados, aproximadamente 7000, 1123 dos quais localizados na zona da convenção, que podiam pôr em causa a segurança da informação.


 


Aliás, mais importante, 67% destes equipamentos com pontos de acesso não tinham segurança encriptada.


 


David Shatzkes disse que os organizadores de ambas as convenções evitaram pedir suporte de rede sem fios, devido a questões de segurança e problemas de acessibilidade.


 


Segundo um responsável, o principal problema da utilização do wireless seria a coordenação com os Serviços Secretos.


 


Mas alguém também afirmou que “ ninguém da Convenção Republicana parece saber o que é a política da rede sem fios.


 


Gastam milhões de dólares na segurança física e não fazem ideia de quem utiliza as suas ondas hertzianas”.


 


Outra tecnologia muito usada na convenção republicana foi a VOIP.


 


Na Convenção Democrata, realizada semanas antes em Boston, a questão do Outsourcing e da Banda Larga foram os temas dominantes da visão para as TI.


 


Rick Boucher, representante Democrata da Virgínia, sugeriu que uma aproximação regulada pode não ser a melhor forma de levar a Banda Larga a todos os cantos dos EUA.


 


Os Democratas, incluindo o Presidente da Comissão das Comunicações Federais dos Estados Unidos, Reed Hundt, acusam Bush de não ser suficientemente agressivo para criar uma infra-estrutura nacional de Banda Larga.


 


Em relação ao outsourcing,  Boucher chegou mesmo a sugerir que o Congresso deveria explorar penalidades de imposto por remover os trabalhos para o exterior.


 


Boucher afirmou ainda que o partido Democrata está seriamente preocupado com a questão do outsourcing offshore, e que, segundo ele esta é uma das questões onde os dois partidos divergem mais.


 


O objectivo seria fazer com que as leis de imposto dos EUA estimulassem as empresas americanas a manterem os empregos no país.


 


Robert Cresanti, vice-presidente da política pública da Business Software Alliance (BSA), presente na convenção, disse que a BSA pode suportar esforços para expandir a Banda Larga e fazer com que as taxas de crédito de pesquisa e desenvolvimento se tornem permanentes.


 


A plataforma Democrata sustenta ainda que o acesso universal aos serviços de banda larga pode adicionar até 500 biliões de dólares à economia americana, criar 1,2 milhões de novos empregos e transformar o modo “como aprendemos e trabalhamos”.


 


Apesar da importância deste temas, e ao contrário da campanha Republicana, a campanha eleitoral democrata não autonomiza a questão das novas tecnologias.


 


O “Strong at Home, Respected in the World” centra-se, sobretudo, em assuntos que não estão ligados directamente ás TI, como a luta contra o terrorismo, a aquisição de independência no que toca à energia e a reforma do sistema de saúde.


 


Mas numa secção do documento, intitulada “Creating Good Jobs”, a plataforma adquire várias posições ligadas ás tecnologias.


 


O documento acusa ainda o governo de Bush de defender políticas que enfraquecem a posição competitiva da América, e que destroem os empregos americanos.


 


Mas os republicanos também querem fazer crescer a banda larga. Disponibilizar registos electrónicos de Saúde e aumentar a despesa em pesquisa e desenvolvimento, são outros dos objectivos do partido Republicano.


 


Os republicanos, adoptaram medidas que seguem os objectivos já delineados pelo presidente George Bush há uns meses.


 


No plano da banda larga, a meta é disponibilizá-la a todos os residentes dos EUA em 2007.


 


Para Bush a tecnologia de banda larga vai realçar a competitividade económica dos EUA e melhorar os cuidados de saúde e da educação para todos os americanos.


 


O documento mostra também que a utilização da banda larga nos EUA cresceu 300 % de Dezembro de 2000 a Dezembro de 2003, e que a quantia para aplicações de banda larga sem fios, como Wi-Fi e Wi-Max, praticamente dobraram desde que Bush assumiu o cargo.


 


Os republicanos pretendem ainda investir em Investigação e Desenvolvimento, porque aproximadamente dois terços do crescimento dos EUA derivaram das novas tecnologias.


 


A plataforma republicana não focou o tema do outsourcing, mas revela que há uma preocupação em assegurar que os trabalhadores tenham as “ferramentas” necessárias para serem bem sucedidos no 21º século económico, e tentam treiná-los para estarem preparados para novos trabalhos.


 




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